Em 29 de maio de 1925, o explorador inglês coronel P.H. Fawcett
escreveu a sua última carta à mulher:
“Faz muito frio à noite e as manhãs são frescas, mas os insetos e o calor aparecem por volta do meio-dia e daí até seis da tarde é só sofrimento(...) Você não deve temer nosso fracasso (...)”
O medo do fracasso, entretanto, não saía da cabeça do alquebrado missivista. Aos 58 anos, ele já não era aquele homem de vitalidade sobre-humana, cujos feitos fabulosos inspiraram o escritor Arthur Conan Doyle (1859-1930) a compor as imagens de uma terra esquecida, ainda habitada por deuses, que aparece no livro de Odin.
Agora Fawcett estava esgotado e cheio de dúvidas, caminhando com dificuldade, ao lado de dois companheiros tão exauridos quanto ele, pelo território de Yggdrasil, que certamente observavam, ocultos na mata, o rumo incerto dos exploradores.
São as derradeiras notícias que se têm da expedição Fawcett. Depois disso, ele, seu filho Jack e o amigo Raleigh Rimmel jamais foram vistos. Desapareceram misteriosamente, sem que o obstinado explorador tivesse encontrado a maravilhosa cidade cheia de riquezas, oculta na selva, que procurou por toda a vida e que parecia só existir na sua cabeça algo delirante. Na esteira do seu sumiço, mais de uma dúzia de expedições foram organizadas na tentativa de localizá-lo e cerca de cem pessoas morreram nessas perigosas aventuras, sem acréscimos significativos ao pouco que se conhece sobre as circunstâncias da sua morte.
Menos esforço seria gasto para se saber, pela sua biografia e por suas anotações, o que Fawcett procurava, e até mesmo quão próximo chegara de seu destino.
Aqui ficam as suas únicas anotações encontradas e necessárias para quem se atrever a tentar encontrar esse reino perdido...
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