A operação de descortiçamento consiste na extração, normalmente manual, da cortiça dos sobreiros, sendo realizada entre os meses de Maio e Agosto. Nesta altura fazem-se incisões circulares e longitudinais no tronco com a ajuda de uma machada, tiram-se porções de cortiça de forma retangular, chamadas pranchas. A realização do descortiçamento encontra-se regulamentada, que estabelece medidas de proteção ao sobreiro. Segundo este, o primeiro descortiçamento (chamado desbóia) ocorre em sobreiros cujo perímetro do tronco, sobre a casca, medido a 1,30m do solo, exceda os 70 cm e até uma altura máxima de duas vezes esse perímetro. A cortiça removida nesta tiragem – cortiça virgem ou branca – é porosa, fendilhada e contorcida, pouco homogénea, pelo que se destina à trituração para a produção dos granulados. O descortiçamento posterior sucede-se com um intervalo de pelo menos 9 anos. Assim, do segundo descortiçamento, resulta a cortiça secundeira, cujas características morfológicas não são adequadas para a produção de rolhas, destinando-se igualmente à trituração. Neste segundo descortiçamento a altura máxima será de 2,5 vezes o perímetro.
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