Não se conhece a época da fundação dos Vales. Sabe-se apenas que é uma
povoação muito antiga e que já existia em 1620. Provavelmente, o nome tem origem
nos 10 vales que rodeiam o aglomerado populacional: Vale de Abril, Vale de Anta,
Vale de Armoínho, Vale de Bode, Vale da Cadelinha, Vale do Estreito, Vale de Lobo,
Vale Pelóme, Vale da Vaca e Vale da Vila. Segundo o P.e Louro, o Vale da Vila pode significar a existência de uma antiga propriedade romana, vila, ou povoação medieval cujo nome se perdeu, mas que perdura em topónimos semelhantes. Até 1932, o abastecimento público era feito desta fonte de chafurdo, dita “romana”,que se situa junto ao ribeiro da Safra. Desconhece-se a data da sua construção, mas o Padre Louro refere que “a sua antiguidade se revela ainda na forma lanceolada do arco, parecendo do século XVI ou XV.” (LOURO, Cardigos: Subsídios para a sua História, p.189. Porto.1982) O arco ogival retira-lhe a marca “romana”. O acesso à fonte “romana” fazia-se por uma corredoura que a ligava (e ainda liga) à aldeia junto da casa da “ti” Maria Joaquina, no fundo do povo. O transporte da água era feito em cântaros e bilhas de barro, conforme hábito desses tempos. Dizem os mais antigos que a qualidade da água deixava muito a desejar, principalmente na época das chuvas.