Reino: Plantas
Divisão: Spermatophyta
Subdivisão: Coniferophytina
Classe: Pinopsida
Ordem: Pinales
Família: Taxodiaceae
Género: Cryptomeria
Nome comum: Criptoméria, Clica, Clipa, Crica, Cricomé, Titomé
Nome da espécie:Cryptomeria japonica (L. fil.)
Descrição
A
Cryptomeria japonica um
megafanerófito perenifólio,
monóico, que em condições favoráveis pode atingir até 70 m de altura e mais de 4 m de diâmetro do
tronco. A copa é cónica, com tronco direito e esbelto e ramagens direitas a levemente decumbentes. O
ritidoma é acastanhado-avermelhado, rugoso, desprendendo-se espontaneamente em tiras verticais .
O ramos são
verticilados, ascendentes nas pontas. As
folhas são lineares, semelhantes a agulhas, inseridas em
espiral, verde-azuladas, com 0,5-1,0 cm de comprimento.
O fruto é um
estróbilo globular, com 1–2 cm de diâmetro e cerca de 20–40 escamas, que se abre quando seca, libertando numerosas sements aguçadas.
Quando seca ao ar, a
densidade inicial da
madeira de criptoméria é de 300–420 kg/m3. e apresenta um
módulo de Young de 8017 MPa, 753 MPa e 275 MPa, respectivamente nas direcções longitudinal, radial e tangencial em relação às fibras da madeira.
Cryptomeria cresce bem em
solos profundos e bem drenados em climas quentes e húmidos, sendo nessas condições considerada uma espécie de crescimento rápido. Tolera mal solos pobres e climas secos ou frios.
A espécie é superficialmente similar ao
sequoia-gigante (
Sequoiadendron giganteum), com a qual é aparentada, mas pode ser facimente diferenciada pelas folhas mais longas (menos de 0,5 cm na sequoia-gigante), pelos cones mais pequenos (4–6 cm na sequoia-gigante) e pela casca mais rija (esponjoso na sequoia-gigante).
A criptoméria é cultivada na
China desde tempos imemoriais, sendo mesmo considerada por alguns botânicos como nativa. As formas desde há muito seleccionadas na China para fins ornamentais e para produção de madeira foram descritas como uma
variedade distinta, a
Cryptomeria japonica var.
sinensis (ou mesmo como um espécie distinta, a
Cryptomeria fortunei), mas estudos recentes consideram que os espécimes chineses podem ser enquadrados na variabilidade natural encontrada nas populações selvagens do Japão. Por outro lado, não há provas incontroversas de que a espécie tenha ocorrido na China em estado selvagem, pois análises genéticas da mais famosa população chinesa de
Cryptomeria japonica var.
sinensis, na
Montanha Tianmu, onde existem árvores com uma idade estimada de 1000 anos, suporta a hipótese de que aquela população resultou de uma introdução deliberada.
Simbolismo e usos
A criproméria (
sugi) é a árvore nacional do Japão, sendo comum a sua plantaçãoo em torno de
templos e de
santuários shinto, existindo muitos espécimes de grandes dimensões plantados há muitos séculos.
Há registo do caso de um
daimyō (senhor feudal do antigo Japão) que era demasiado pobre para oferecer uma lanterna de pedra para o funeral do
shogun Tokugawa Ieyasu (1543–1616) em
Nikkō Tōshō-gū, mas que solicitou que em vez dessa oferenda lhe fosse permitido plantar uma
alameda de
sugi, para que "
futuros visitantes possam ser protegidos do calor do sol". A oferenda foi aceite e a alameda, que ainda existe, tem mais de 65 km de comprimento, sem igual em grandeza.
A criptoméria é frequentemente usada em
silvicultura, sendo extensivamente plantada no Japão, na China e nos
Açores. Como árvore ornamental é cultivada em múltiplas áreas temperadas, incluindo o Reino Unido e outras áreas costeiras da Europa, na costa ocidental da América do Norte e em regiões do
Nepal e da
Índia situadas no leste dos
Himalaias.
Um
cultivar muito popular para uso ornamental é o "Elegans", notável por reter a folhagem juvenil durante a sua vida adulta. Aquele cultivar produz pequenas árvores, com 5–10 m de altura, com folhagem macia e brilhante. Existem numerosos cultivares ananicados utilizados em
jardins de rochas e para produzir
bonsai, incluindo 'tansu', 'koshyi', 'pequeno diamante', 'yokohama' e 'kilmacurragh.'
- C. japonica
- 'Bandai-sugi'
- 'Elegans compacta'
- 'Globosa nana'
- 'Vilmoriniana'
A madeira de criptoméria tem um odor agradável, cor rosada e baixa densidade. É uma madeira durável, resistente à podridão e à humidade. É utilizada no Japão para todos os tipos de construção, em especial para construir painéis interiores. Na região de
Darjeeling e no
Sikkim, onde a criptoméria é a árvore mais cultivada, a sua madeira é designada por
dhuppi sendo amplamente utilizada na construção de habitações.
A sua introdução nos Açores, onde é a essencia florestal mais abundante, levou à destruição de grande parte da vegetação natural das ilhas, em especial das manchas mais ricas de
laurissilva, colocando em risco várias espécies endémicas, entre as quais o
priolo.