Fernando José Salgueiro Maia nasceu no dia 1 de Julho de 1944 no 1º andar do nº 15 da Rua de Santo Amaro em Castelo de Vide, filho de Francisco da Luz Maia e de Francisca Silvéria Salgueiro. Ainda não tinham passado quatro anos, a sua mãe morre atropelada numa visita da família ao Jardim Zoológico em Lisboa, dois anos e meio mais tarde o seu pai casou-se novamente com Maria Augusta que ainda hoje vive nesta vila. Devido a compromissos profissionais do pai que trabalhava na CP (Comboios de Portugal) Salgueiro Maia passa por Coruche, Tomar e Leiria. Estudou no colégio Nun'Alvares em Tomar e no Liceu Nacional de Leiria que antecedem a entrada na Academia Militar em 1963/64.
Fevereiro de 1967 abandonou a Academia Militar e entrou na Escola Prática de Cavalaria. A 1 de Dezembro desse mesmo ano seguiu para Lourenço Marques, de onde rumou para Mueda, distrito de Cabo Delgado afim de integrar a 9ª Companhia de Comandos 'Os Fantasmas' sediada em Montepuez.
Passado um ano regressa a Santarém. Conheceu a sua futura esposa, Natércia, em 1969 e casaram-se em 22 de Agosto de 1970. É promovido a Capitão.
A 4 de Julho de 1971 embarcou para a Guiné, com destino a Bula, de onde só regressou 27 meses depois.
1974 - Salgueiro Maia alinhou na Revolução que depôs a ditadura porque deixou de acreditar numa solução para Portugal e para as Colónias. Na madrugada de 25 de Abril de 1974 numa das paradas da Escola Prática de Cavalaria dirigiu-se aos seus camaradas e disse:
"Há diversas modalidades de Estado: os estados socialistas, os estados corporativos e o estado a que isto chegou! Ora, nesta noite solene, vamos acabar com o estado a que chegamos. De maneira que quem quiser, vem comigo para Lisboa e acabamos com isto. Quem é voluntário sai e forma. Quem não quiser vir não é obrigado e fica aqui!"
240 homens ouviram estas palavras serenas mas firmes e formaram de imediato à sua frente, seguiram para Lisboa e marcharam sobre a ditadura.
1975 - A 25 de Novembro sai da EPC, comandando um grupo de carros às ordens do Presidente da Republica.
1979 - Após ter sido colocado nos Açores, volta a Santarém, onde comanda o Presídio Militar de Santa Margarida em 1984 regressa à Escola Prática de Cavalaria.
1989/90 - Declara-se a doença cancerosa que o iria vitimar, é submetido a uma intervenção cirúrgica. Fez em 1991 uma nova operação. Morre no dia 3 de Abril de 1992.
No cemitério de Castelo de Vide, quatro Presidentes da República (António de Spínola, Costa Gomes, Ramalho Eanes e Mário Soares) vêem descer à terra num modesto caixão o corpo de um dos homens que mais contribuiu para que tivessem podido ascender à mais alta magistratura da Nação, em campa rasa ao som de 'Grândola Vila Morena'.
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