Inaugurada em 2 de Fevereiro de 1912, a Central de Covas foi a primeira central hidroelétrica do Alto Minho e uma das pioneiras na alvorada da eletrificação nacional. Propriedade da Hidroelectrica do Coura, empresa da família caminhense Lourenço da Cunha, levou a “luz do progresso” a Caminha (1912), viana do Castelo (1915), Vila Nova de Cerveira (1920), Ponte de Lima (1923) e Paredes de Coura (1937).
Mais tarde, depois de levantada uma nova barragem em 1949 e de ser integrada na rede elétrica nacional sob a administração da CHENOP e da UEP, serviria ainda Monção, Valença e Melgaço, completando em 1963 a rede de fornecimento de eletricidade a oito dos dez municípios da região. Foi desativada em 1974 com a entrada em funcionamento da Central Hidroelétrica de France, quando foi construída uma terceira barragem sensivelmente no mesmo local do primitivo açude. No ano seguinte, a Hidroelétrica do Coura foi nacionalizada para em 1976 ser integrada na Eletricidade de Portugal (EDP).
Servida pelas generosas águas do rio Coura, conduzidas por um canal com 1 km de extensão e depois precipitadas de uma altura de 25 m, a Central de Covas, da Hidroelétrica do Coura, entrou em funcionamento em 1912 com uma só turbina Francis de 170cv. Nos anos 40 do séc. XX, para uma potência instalada de 1080 kw, acolheria três grupos geradores num total de 960 cv. Aqui trabalharam ao longo de décadas dezenas de trabalhadores, muitos oriundos ou residentes na freguesia de Covas, reproduzindo o modelo familiar que caracterizava a empresa, em que lugares e obrigações passavam de pais para filhos constituindo verdadeiras dinastias, como os Moreira e os Gameiro. Em turnos de funcionamento ininterrupto, eram eles que lidavam com as dificuldades causadas pelo excesso ou falta de água na barragem, ocasionais desmoronamentos no canal de condução e os problemas dos maquinismos produtores e reguladores da eletricidade.
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