Skip to content

Requiescat in Pace (RIP) Traditional Geocache

This cache has been archived.

marcobraga: Fim de jornada. Obrigado a todos os visitantes.

More
Hidden : 3/9/2014
Difficulty:
1.5 out of 5
Terrain:
2.5 out of 5

Size: Size:   small (small)

Join now to view geocache location details. It's free!

Watch

How Geocaching Works

Please note Use of geocaching.com services is subject to the terms and conditions in our disclaimer.

Geocache Description:


A Ribeira Quente é uma freguesia do concelho da Povoação, com cerca de 800 habitantes. O cemitério da localidade situa-se no meio da freguesia, ao lado do campo de futebol, oferecendo uma agradável vista sobre o porto de pescas e o mar. No entanto, a última morada dos ribeiraquentenses nem sempre foi neste local. O primitivo cemitério localizava-se fora do povoado, num planalto, com uma vista ainda mais agradável do que a do actual. O acesso ao cemitério fazia-se por um caminho estreito e sinuoso, o que dificultava o transporte dos defuntos, que era feito às costas ou de burro. Esta dificuldade, além da lotação do espaço, terá sido uma das razões para o abandono do local, há cerca de 40 anos. A trágica derrocada que, em 1997, destruiu parte da freguesia matando quase 30 habitantes, passou ao lado deste cemitério, deixando-o intacto. De facto, apesar do abandono, o velhinho cemitério continua a vigiar a Ribeira Quente, lembrando que lá em baixo a vida é efémera e cá em cima eterna.

    


Antero de Quental foi um dos nomes mais sonantes da cultura portuguesa da segunda metade do século XIX.

Nascido em Ponta Delgada em 18 de Abril de 1842, licenciou-se em Direito pela Universidade de Coimbra. Aí contactou com os ideais revolucionários, quer políticos e filosóficos, quer literários, que tentou introduzir na cultura portuguesa.

A poesia de Antero de Quental evidencia duas fases antagónicas, a fase do optimismo e da energia, em que o poeta parece determinado a servir-se da arte poética para mudar o mundo, e a fase do pessimismo, da frustração, na qual a morte se lhe apresenta como uma entidade sedutora, capaz de acabar com todos os problemas.

A 11 de Setembro de 1891, Antero suicida-se em Ponta Delgada, com dois tiros na cabeça, num banco de jardim junto ao Convento da Esperança, por baixo da inscrição onde, ironicamente, se pode ler a palavra ‘ESPERANÇA’. O seu corpo repousa no cemitério de S. Joaquim, naquela cidade.

O que Diz a Morte

Deixai-os vir a mim, os que lidaram;
Deixai-os vir a mim, os que padecem;
E os que cheios de mágoa e tédio encaram
As próprias obras vãs, de que escarnecem...

Em mim, os Sofrimentos que não saram,
Paixão, Dúvida e Mal, se desvanecem.
As torrentes da Dor, que nunca param,
Como num mar, em mim desaparecem. -

Assim a Morte diz. Verbo velado,
Silencioso intérprete sagrado
Das cousas invisíveis, muda e fria,

É, na sua mudez, mais retumbante
Que o clamoroso mar; mais rutilante,
Na sua noite, do que a luz do dia.

Antero de Quental, in "Sonetos"



Ribeira Quente is part of Povoação municipality and has around 800 inhabitants. The local cemetery is located within the village, by the football facilities, providing a pleasant view over the fishing harbor and the ocean. However the local final resting place wasn’t always in this location. The original cemetery was outside the village bounds, on a plateau, with even more pleasant sights. The way there was steep and narrow, making it hard to carry the corpses, job usually done by hand or using animal aid. Because of that and also because of the lack of space it was abandoned about 40 years ago. The tragic landslide that took place in 1997 destroyed part of the village and killed almost 30 people, didn’t affect the cemetery. In fact, despite being abandoned, the old cemetery has the village under watch keeping in everybody’s mind how ephemeral life is down there and eternal up here.

    


Antero de Quental was one of the most prominent figures of the Portuguese culture in the second half of the XIXth Century.

Born in Ponta Delgada on April 18th 1842, he graduated in Law from the University of Coimbra. While there, he kept in contact with revolutionary ideals (political, philosophical and literary), which he tried to introduce in the Portuguese culture.

Antero de Quental’s poetry shows two opposite moods: the optimistic one reveals a highly motivated will to change the world though poetry; the negative one weighs on the burden of frustration and depression, seeing death as an appealing solution for every problem.

On the September 11th 1891, Antero de Quental killed himself, with two gun shots in the head. Ironically, he was sitting on a public bench, next to a wall where we can still read the word HOPE (ESPERANÇA). His remains rest in Ponta Delgada, at S. Joaquim's graveyard.

O que Diz a Morte

Deixai-os vir a mim, os que lidaram;
Deixai-os vir a mim, os que padecem;
E os que cheios de mágoa e tédio encaram
As próprias obras vãs, de que escarnecem...

Em mim, os Sofrimentos que não saram,
Paixão, Dúvida e Mal, se desvanecem.
As torrentes da Dor, que nunca param,
Como num mar, em mim desaparecem. -

Assim a Morte diz. Verbo velado,
Silencioso intérprete sagrado
Das cousas invisíveis, muda e fria,

É, na sua mudez, mais retumbante
Que o clamoroso mar; mais rutilante,
Na sua noite, do que a luz do dia.

Antero de Quental, in "Sonetos"

(This is a poem about Death and it's irresistible appeal for those who are in pain because of the pointlessness of their actions).

Additional Hints (Decrypt)

CG: An rkgerzvqnqr qb zheb, à nyghen qb byune RA: Ng gur raq bs gur jnyy, ybbxvat ng lbh

Decryption Key

A|B|C|D|E|F|G|H|I|J|K|L|M
-------------------------
N|O|P|Q|R|S|T|U|V|W|X|Y|Z

(letter above equals below, and vice versa)