Ribalonga é uma freguesia do concelho de Carrazeda de Ansiães, deste nosso distrito de Bragança, que fica a cerca de uma dúzia de quilómetros da Vila, para Sudoeste da sede de concelho. Fica situada a meio de um profundo vale, rodeada por elevados cumes de montes com encostas muito inclinadas, com bonitos jardins de socalcos de vinha do tão famoso "Vinho do Porto". Está na margem direita do Douro e esquerda do Tua, e perto da confluência destes dois rios.
Sobre o passado desta povoação podemos referir que ela existe como lugar habitado já desde a pré-história, como nos mostram as pinturas rupestres do Cachão da Rapa, ou então a palavra Ribalonga: uma "Longa" "Riba" sulcada por um pequeno ribeiro que desemboca no Douro e com acentuadíssimos declives. Contudo, é com a fundação de Portugal que há mais referências a esta povoação. Parte do seu termo era dominada pelo Castelo de Linhares do qual resta apenas o nome do Cume do Monte onde se situava, mas que vigiava o Douro em grande extensão.Quer o Cume da Fonte do Seixo, quer o de S. Brás, estão ligados a esta época pré nacional, tendo este último uma devoção antiga que se relaciona com cultos pagãos ou castrejos. No entanto, o território vai entrar na posse dos cristãos por volta do ano de 1055. Nessa altura, o rei leonês Fernando o Magno, manda repovoar a zona, com o foral dado a Linhares e no qual Ribalonga também participava. É ali, em Linhares e no seu Castelo, que se estabelecem cavaleiros vilãos e monteiros, que tinham por missão correr os cumes vizinhos e terras adjacentes para acabarem com as espécies animais selvagens e desbravarem os respetivos terrenos. A nível eclesiástico, foi também vigararia "ad nutum" do reitor de Linhares. A partir de 21 de Maio de 1901 Ribalonga passou a ter Escola Primária Masculina. Os anos foram passando, as pessoas vão-se fixando por ali, e em 1864/65 tinha já 119 fogos e 367 habitantes. Foi aumentando até 1900 em que tinha 498 pessoas. Depois diminuiu até 1930 com 419, para aumentar de novo até 1950 em que apresentou o máximo de habitantes que já teve: 540. Nas últimas décadas pouco tem aumentado, pois a sua situação de interioridade não tem permitido. Para esta situação contribui certamente o clima imensamente quente, de escaldar e sufocar no verão, mas ainda o ter como atividade básica a agricultura, com a cultura da vinha a ser o principal meio económico. Também tem muito azeite, amêndoa, figos e laranjais. De visita turística, é digno de se admirar a Capela onde está o Sr. dos Passos que faz parte duma casa particular com brasão e tem a data de 1766, tendo uma habitação na parte debaixo com a data de 1874. Mas também a Escola Primária, a Igreja Matriz com a data de 1714, as casas Solarengas das quintas das suas encostas.Tem como locais de encontro e descanso em tempos livres o Largo das Amendoeiras, o "Choupo" junto à Igreja com um Largo onde está uma fonte com a data de 1949. Mais abaixo, uma casa brasonada em abandono, ou a casa dos Viscondes na Rua da Calçada. Também é frequente sentarem-se nas soleiras das portas, principalmente nas noites cálidas dos verões abafados e calorentos. Outras vezes vão até ao Coreto e ao Lagar, onde passa a estrada que vai para o Tua, pois veem passar o movimento. É ali que, "na paz de alma", no sossego da aldeia, na pureza do ar pesado pelo calor ou fresco pelo cair da noite, que se ajudam uns aos outros a passar o tempo, ou trocando experiências da vida.O Orago de Ribalonga é Santa Marinha, daí a Fonte de Santa Marinha perto da Igreja. Em frente da Fonte está a sede da Junta de Freguesia inaugurada em 1997. Tem no seu termo a Quinta do Zimbro que chegou a ter algumas pessoas a viverem lá, só que agora está desabitada. Como via de ligação a novas ideias, a novas culturas de civilizações, possui a dita estrada para a Carrazeda ou para o Tua que lhe abre as portas para o país e para o mundo quer por via fluvial, rodoviária e incluindo a via-férrea. Mas tem ainda uma paragem na antiga estrada nacional, no Rebentão que dá para apanhar os transportes públicos. Só que, a íngreme subida até lá é pouco convidativa a quem vai a pé.A vinha é a cultura mais típica que invade as suas encostas sobre o vale onde se situa, salpicada de algumas quintas onde sobressaem as casas Solarengas com palmeiras defronte. Essas quintas possuem as suas adegas com grandes tonéis que envelhecem o vinho tratado e o tornam gostoso, macio e escorregadio de paladar inigualável na sua região.Na paisagem aparecem também algumas florestas principalmente nos montes situados para nascente, onde os incêndios têm devorado a vegetação, colocado os rochedos à mostra, e dão outro sentido mais desagradável à natureza. Afinal um aspeto bem diferente do que, do lado oposto, nos proporcionam os vinhedos, com o Douro lá para a Foz do Tua a convidar a um passeio de barco.
Ribalonga foi uma freguesia portuguesa do concelho de Carrazeda de Ansiães, com 7,04 km² de área e 92 habitantes (2011). Densidade: 13,1 hab/km². Foi extinta em 2013, no âmbito de uma reforma administrativa nacional, tendo sido agregada à freguesia de Castanheiro, para formar uma nova freguesia denominada União das Freguesias de Castanheiro do Norte e Ribalonga com a sede em Castanheiro. A igreja da aldeia data do século XVII sendo a sua padroeira Stª. Marinha e tinha como localidades anexa Tua e Zimbro.
A Cache
Tem umas vistas muito bonitas para a aldeia de Ribalonga e para um vale impar, aqui podes ver os socalcos do douro e toda a sua beleza. A Cache está na face da estrada mas tenham cuidado no seu manuseamento, a durabilidade dela depende de ti, não tenhas pressa, o local é sossegado e dá para fazeres tudo nas calmas, boas cachedas e diverte-te.