Nova Oeiras, no campo da habitação colectiva planeada, constitui sem dúvida um dos exemplos mais impressivos do Concelho de Oeiras: o anteplano do conjunto residencial, assinado por Luís Cristino da Silva e Falcão e Cunha, foi executado em 1953 e aprovado em 1954; terá sido edificado muito provavelmente na transição dos anos 50 para a década de 1960. Deste ano conhece-se um 'Plano de Localização' do conjunto, que em pouco difere do anteplano, a não ser no desenho mais regular do núcleo central e no diferente sistema dos caminhos pedonais (estes com desenho definitivo em 1961). À volta do pátio ajardinado e arborizado, implantaram-se, em óptimas condições de espaço e orientação três torres de nove pisos. À sua roda, um vasto conjunto de moradias unifamiliares completava o bairro. O plano foi finalmente alterado/acrescentado em 1962, com a inclusão de mais três torres e da previsão da torre maior de 20 pisos, nunca edificada.
Dotado de um excelente projecto paisagístico (por Ribeiro Telles e Sampaio Fontes), com forte carga arborizada e arbustiva, que incluía inovadores 'estudos de vento' e detalhadas 'cores vegetais'/mixed borders - e cuja resultante real ainda hoje sobrevive em grande parte - Nova Oeiras aguentou para além disso alterações sucessivas de pormenor (que nunca puseram em causa o conjunto) e completamentos posteriores (sem grande qualidade arquitectónica). É uma obra a ponderar, experimentalista mas sólida, plena de ensinamentos.
Dos exemplos de habitação unifamiliar, podemos enumerar, inseridas no bairro de Nova Oeiras, exemplos muito simples de edificação moderna, como a casa por Alves de Souza (Avenida Salvador Allende), e a casa por Simões de Carvalho (bem recuadas em relação à rua e em sereno diálogo com as respectivas árvores e jardins) e a casa por Conceição Silva (esquina da Avenida Salvador Allende com a Rua da Quinta Grande).
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