Dos registos relativos à capela de Nª.Srª. Mãe dos Homens consta o benfeitor que a mandou fazer em cumprimento de uma promessa, de seu nome Francisco Xavier Forte, um emigrante regressado dos Estados Unidos da América, no recuado ano de 1794, lhe mandaria fazer uma ermida e nele colocar-lhe a sua imagem com o Titulo de Mãe dos Homens. Em alguns sitios a capela tem o titulo de Nª. Srª. Mãe dos Homens e S. José.
A provisão foi registada: 23-6-1794 em Braga.
No fim da provisão: registada: 6-6-1794.
A imagem barroca de Nossa Senhora Mãe dos Homens, é peça única, talhada na madeira, tendo as suas roupas ricamente pintadas de ouro e a nuvem de sustentação pintada de prata. A imagem traz uma coroa na cabeça e brincos em suas orelhas. Os seus membros são grossos, como os das mulheres trabalhadoras e o seu braço direito aparece erguido dando a bênção. Da mesma forma, o menino Jesus, todo nu, no braço esquerdo de Nossa Senhora, ergue também o braço direito para dar sua bênção, enquanto segura na mão esquerda o globo terrestre.
A devoção à Santíssima Virgem Maria, invocada como Nossa Senhora Mãe dos Homens, surgiu no século XVIII. Foi iniciada por Frei João de Nossa Senhora, do Convento de São Francisco das Chagas, em Xabregas, um bairro de Lisboa.
Frei João era um exímio pregador, um verdadeiro literato, chegando a ser conhecido como “o poeta de Xabregas”.
Com esta facilidade de oratória, pregava sempre e em todo canto, empunhando sempre um crucifixo em suas mãos, convocando o povo à conversão e à volta para Deus por meio de Maria, a Senhora Mãe dos Homens.
Carregando a imagem por onde ia, sempre preocupado com a conversão das pessoas, a todos Frei João ensinava a seguinte jaculatória: “Virgem Mãe de Deus e Mãe dos Homens, lançai-nos a vossa bênção”.
Em 1758, em seu próprio Convento, na cidade de Lisboa, Frei João de Nossa Senhora faleceu santamente, deixando atrás de si uma multidão de devotos de Nossa Senhora Mãe dos Homens e um legado que, dali, se expandiria por vários lugares do nosso Portugal e do mundo.
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