A Villa Romana da Quinta da Bolacha localiza-se na Freguesia da Falagueira e foi descoberta em 1979 no âmbito da prospeção que se realizava ao aqueduto romano identificado no Município da Amadora.
Ao longo de vários anos foram realizadas campanhas de sondagens que resultaram na descoberta de estruturas romanas preservadas pertencentes a uma villa, que chegam a atingir 1m de altura.
Com o desenvolvimento de todos estes trabalhos arqueológicos foi possível, não só propor uma área de implantação dos vestígios, com cerca de 3 mil m3, como identificar contextos selados integráveis nos séculos III a V da nossa era, devido aos inúmeros materiais recolhidos.
As estruturas correspondem, numa das áreas, a uma sala ampla de uma habitação construída no século III/IV cujas paredes foram revestidas com estuques pintados e que possuía um pilar central, igualmente, revestido a estuque pintado com banda vermelha e um dreno junto da parede.
Já no século IV/V este espaço foi reformulado, tendo-se construído uma parede que dividia a referida sala, o pilar central foi destruído e fizeram-se mais três drenos, que percorrem todo o espaço.
Junto da parede divisória foi construída uma grande lareira (80x100cm), cujo encosto foi feito com recurso a uma pedra calcária aparelhada.
Todos os objetos recolhidos, nomeadamente restos de ânforas, cerâmica comum e recipientes em terra sigillata africana levam-nos, a propor, a utilização deste espaço como cozinha, nesta fase.
De futuro pretende-se alargar a intervenção, para melhor conhecer o espaço e a sua forma de ocupação, uma vez que esta se encontra num dos locais com ocupação contínua mais antiga da Amadora, a Falagueira.
Como curiosidade, refere-se, que nos contextos de revolvimento foram recolhidos vestígios de ocupação da Idade do Bronze, de época romana correspondentes ao século I/II e do período islâmico, conferindo-lhe, deste modo uma elevada importância a nível local.
Dada a importância, para o município, deste sítio arqueológico, reconhecida desde cedo, uma vez que é a única villa romana descoberta na Amadora foi proposta a sua classificação como Imóvel de Interesse Municipal.
FONTE: Site da Câmara Municipal da Amadora