A Junta Autónoma das Estradas (JAE) foi criada pelo Decreto-Lei 13:692, de 20 de Julho de 1927 e foi-lhe atribuída a “construção de modernas pavimentações, a reconstrução das antigas em grandes troços, a reparação e construção das obras de arte mais importantes e o estudo e construção das grandes extensões de estradas que faltam para concluir a rede do estado”.
As casas dos cantoneiros das estradas foram construídas, em Portugal, desde a segunda metade do século XIX, para habitação daqueles operários. Porém, a maioria das que hoje se conhecem devem-se ao Estado Novo, que lhes conferiu as características que as identificam e que as tornaram parte do património rodoviário português.
Trata-se de pequenos edifícios que são o testemunho de uma época marcada pela industrialização e o crescimento dos centros urbanos, verificando-se a necessidade de se rasgarem estradas, construir caminhos-de-ferro outras vias de comunicação para ligar as cidades e os países entre si. A sua existência prende-se com a necessidade de se manter as estradas em bom estado de conservação e limpeza, tendo os cantoneiros através da sua ação de limpeza das bermas também contribuído para a prevenção de incêndios florestais.
Nos dias que correm, por terem perdido a sua função e levando consigo parte da história e da memória do trabalho de conservação e das próprias estradas, as casas dos cantoneiros têm sido votadas ao abandono e correm o risco de desaparecerem.