Margaretha Gertruida Zelle, conhecida mundialmente como Mata Hari, foi uma dançarina exótica acusada de ser uma espiã durante a Primeira Guerra Mundial.
Mata Hari herdou a beleza exótica da mãe de origem asiática e o espírito aventureiro de um pai em franca decadência financeira, o que a levou a tornar-se dançarina exótica, na cidade de Paris.
Atraiu audiências de milhares nos seus espetaculos em Paris, Berlim, Viena, Madrid e outras capitais europeias. Ela também atraiu admiradores aristocráticos e militares altamente colocados dispostos a recompensá-la generosamente pelo prazer da sua companhia.
Com a eclosão da Primeira Guerra Mundial, ligações transfronteiriças de Mata Hari com figuras políticas e militares alemães chamou a atenção da polícia secreta francesa e foi colocada sob vigilância, acabando por ser convidada a apresentar-se no escritório de contra-espionagem, onde o capitão Ladoux lhe revelou que as potências aliadas suspeitavam dela. Diz que deveria partir imediatamente para a Holanda, e nunca mais voltar à França. Mata Hari protestou e, depois de uma longa conversa, conseguiu permanecer em França, com o compromisso, porém, de se engajar nos serviços secretos franceses.
Para colocá-la mais uma vez à prova, Ladoux confiou-lhe a missão de ir à Bélgica, mas seguindo por Lisboa, "por ser mais seguro", a fim de levar suas instruções a cinco agentes franceses residentes atrás das linhas alemãs. Ele sabia muito bem o que fazia: para chegar a Lisboa era necessário passar por Espanha, onde o assunto era conhecido e pululavam agentes alemães. Como ele tinha previsto, a dançarina - a quem tinham sido destinados magros subsídios - parou em Madrid, onde os serviços franceses, alertados, a seguiram bem de perto. Ela fez frequentes visitas a Von Kalle e Von Krohn, militares da embaixada alemã.
Nesse momento aconteceu o episódio capital que permitiu estabelecer a acusação: um radiograma expedido pelo principal quartel alemão à embaixada alemã em Madrid dizia: "H. 21, excelente agente antes da guerra, nada produziu de sério depois que a guerra foi iniciada. Digam a H. 21 para voltar à França e continuar sua missão. Receberá um cheque de 5 mil francos retirado por Kraemer no balcão de descontos".
Esse radiograma, captado pela estação da torre Eiffel, foi imediatamente transmitido ao capitão Ladoux e decifrado. A chave do código secreto já estava desde à muito tempo de posse dos franceses. Se, Mata Hari era de fato o agente H. 21, bastava esperar que ela voltasse à França, já que fora essa a instrução dada por seus chefes alemães. Quando regressa a Paris, é capturada e levada para interrogatório sob suspeita de ser espiã alemã. Acaba por ir a julgamento pois há incongruências no seu depoimento. Incapaz de se explicar adequadamente no interrogatório, foi encarcerada na prisão de mulheres Saint-Lazare. Mata Hari defendeu-se e reconheceu ter se encontrado com o chefe de polícia de Berlim no dia da declaração de guerra. A isso, o presidente do conselho de guerra declarou: "A senhora entrou, em seguida ao serviço do chefe de espionagem alemão, que a encarregou de uma missão em Paris, dando-lhe 30 mil marcos e o nome de H. 21".
A dançarina não se intimidou: "É verdade. Recebi um nome de batismo e 30 mil marcos para me corresponder com o meu amigo. Mas esses 30 mil marcos não eram um salário de espiã e sim um presente".
Por fim, o coronel que presidia o conselho de guerra, revelou a prova do famoso radiograma de Madrid. Imediatamente, ela "explicou" os motivos da soma que lhe fora ofertada e respondeu, imperturbável: "É absolutamente exato. O lugar-tenente Von Krohn achou que era mais cómodo mimar-me com dinheiro do governo alemão do que com o seu próprio dinheiro".
Apesar da bela defesa onde argumentou que tudo o que fora apresentado contra a acusada era apenas um conjunto de declarações de agentes dos serviços secretos ou de atas de sessão de polícia, o tribunal seguiu a orientação do comissário do governo, que pediu a pena de morte por fuzilamento.
Na manhã de 15 de outubro de 1917, foi levada para o local da execução, onde recusou ser vendada lançando um beijo de despedida aos doze militares que faziam parte do pelotão de fuzilamento. Foram disparados doze tiros... apenas quatro acertaram...O médico legista confirmou o óbito.
Após a sua morte, ninguém reclamou o corpo, que foi usado na universidade de medicina por estudantes de anatomia. A sua cabeça embalsamada, permaneceu no Museu do Crime da França até 1958, altura em que misteriosamente desapareceu.
Existem vários rumores em torno de sua execução. Um dos mais fantasiosos diz que os soldados do pelotão de fuzilamento tiveram de ser vendados para não sucumbir a seu charme. Outra história diz que ela abriu a túnica que vestia e morreu expondo o corpo completamente nu.
Ficará para sempre a duvida, Mata Hari era espiã?......
