Cache Antigo Bairro Carmona
Um aspecto do Bairro Presidente Carmona aquando da sua inauguração, 1948.
O custo das 320 moradias populares foi de 9.704.109$50
António Óscar de Fragoso Carmona (1869 - 1951)
Presidente do Ministério e da República, Ministro da Guerra
Óscar Carmona nasce em Lisboa, a 24 de Novembro de 1869, filho de Inácio Maria Machado de Morais Carmona (general do Exército) e de Maria Inês de Fragoso Côrte-Real.
Passa grande parte da infância em Chaves, junto do seu avô paterno, Leonel Joaquim Machado Carmona. É nessa cidade que completa a instrução primária em Chaves. Feito o exame complementar em Vila Real, ingressa no Colégio Militar com 13 anos e completa os estudos secundários em Agosto de 1888. Frequenta a Escola Politécnica de Lisboa durante dois anos. Em 1890, entra para a Escola do Exército, concluindo o Curso de Cavalaria em 1892, com uma menção honrosa por ter obtido a melhor classificação do seu ano.
A 3 de Janeiro de 1914, casa em Lisboa com Maria do Carmo Ferreira da Silva, natural de Chaves, de quem tinha já três filhos.
Terminado o Curso de Cavalaria, Óscar Carmona é colocado na Escola Prática de Equitação, em Vila Viçosa com a patente de 1.º sargento aspirante a oficial.
É sucessivamente promovido a alferes (1894), tenente (1899), capitão (1907), major (1913), tenente-coronel (1916), coronel (1919), general (1922) e marechal (1947).
Ao longo da maior parte da sua carreira adoptou uma postura discreta e afastada da política, contudo, depois da promoção a general, um conjunto de circunstâncias aliadas a uma atitude cada vez mais interveniente e politizada por parte de Carmona projetaram-no para a ribalta político-militar. Primeiro, foi a sua nomeação para promotor de justiça no julgamento dos implicados nas acções revolucionárias e assassínios da denominada "Noite Sangrenta". Depois, seguiu-se a sua entrada para o Governo de Ginestal Machado como ministro da Guerra entre 1923 e 1925
Após o golpe militar de 28 de Maio de 1926 foi chamado novamente ao Governo, desta vez para assumir a pasta dos Negócios Estrangeiros e, na sequência do afastamento de Gomes da Costa da chefia do Governo, assumiu a presidência do Ministério à qual juntou a presidência da República por decreto de 26 de Novembro de 1926, cargo posteriormente sufragado nas eleições de 28 de Maio de 1928. Daí em diante, Carmona tornou-se chefe indiscutível da Ditadura Militar.
Óscar Carmona ocupou o cargo de presidente do Ministério desde 9 de Julho de 1926 acumulando de forma não oficial o cargo de Presidente da República. Mais tarde, ele acabaria por ser nomeado interinamente, por decreto, para o cargo a 16 de Novembro do mesmo ano.
Em 1933, a Constituição Política do Estado Novo alarga o seu mandato por mais dois anos. A possibilidade de reeleição do Presidente da República é uma das questões que Salazar mantém em aberto até à última hora da definição do texto a ser aprovado por plebiscito, no que não deixa de ser uma "demonstração de força" perante Carmona. Feita essa concessão, é sucessivamente reeleito em 1935, 1942 e 1949.
Nos primeiros tempos do seu mandato, Carmona exerce um papel arbitral extremamente importante, gerindo com enorme habilidade as tensões entre monárquicos e republicanos e entre Salazar e os militares.
O seu apoio é também fundamental na ascensão política de Salazar. Será com a sua conivência e apoio que, em 1932, Salazar atingirá a Presidência do Ministério e a possibilidade, até aí impensável, de um civil nomear o seu próprio elenco governamental. Entre si, desenvolvem uma relação de dependência mútua, uma entente consolidada ao longo dos anos.
Morre no dia 18 de Abril de 1951, no Palácio de Belém, no exercício das suas funções, realizando-se o seu funeral no Mosteiro dos Jerónimos.
Após 25 de Abril de 1974, mudar-se-ia o nome do bairro para Afonso Costa.