Zargueida
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Descobre Zargo um vale ameno e fundo,
Por onde três ribeiras serpejavam,
D’arvoredos despido e só fecundo
Em funchos, que ali fertéis abundavam:
Os hálitos fragrantes do jucundo
Funchoso vale os ares perfumavam;
Montes em meio círculo frondosos
Lhe serviam de guarda numerosos.
Deu Zargo ao vale do Funchal o nome
E num lado daquele porto amigo
Porque de noite então descanso tome,
De dois grandes ilhéus buscou o abrigo:
Ali a noite plácido consome,
Sem desgosto, sem susto, sem perigo,
E quando apenas vinha amanhecendo,
Já novos mares Zargo ia fendendo.
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