A casa da Floresta assombrada
Aquele era um vilarejo muito antigo e pequeno, com poucos habitantes.
Um lugar agradável e ideal para se viver devido ao seu clima e pela amabilidade de seus moradores.
Mas como todas as aldeias, culturavam historias, mitos e lendas que passavam de geração em geração, sem que ninguém ousasse desafia-las ou contestá-las. E entre muitas que existiam naquele lugar, uma chamava a atenção pelo temor que causava aos habitantes, principalmente aos mais idosos, a historia de uma casa abandonada que ali existia, na qual ninguém ousava entrar. Essa casa era afastada de todas as outras da aldeia e, segundo o povo, todos os que ignoravam a história e entravam na sinistra casa, nunca mais eram vistos novamente. Desapareciam como que por encanto.
Por isso, todos os habitantes se recolhiam logo ao anoitecer, pois segundo os moradores, a casa amaldiçoada atraia através de chamados aqueles que se encontravam na rua e os conduzia para a armadilha fatal.
Num certo dia, porem, quatro adolescentes da capital que passavam férias em casa de parentes, ouviram falar da casa assombrada; resolveram desafiar a lenda e tiveram a ideia de invadi-la a fim de desvendar o mistério que envolvia aquele lugar e provar que tudo não passava de simples crendice.
E assim o fizeram.
Naquela noite mesmo, por volta das vinte e duas horas, os quatro jovens se reuniram as escondidas dos parentes, e seguiram para a tal casa.
Apos uma longa caminhada por uma estrada deserta e sem iluminação, os jovens finalmente chegam ao local.
Um dos rapazes, com muito medo desistiu da ideia de entrar e decidiu voltar a aldeia. Com tudo combinado, os três restantes entraram na casa.
No seu interior não se via nada, pois não havia energia eléctrica e a iluminação teria que ser por meio de lanternas. O aspecto do local era tenebroso devido a uma grande quantidade de poeira e teias de aranha. Mas mesmo assim, não se intimidaram começando a vasculhar e mexer em tudo á cata de alguma coisa que desmentisse a lenda.
O jovem que voltara á aldeia, completamente dominado pelo medo, no meio do caminho de volta, de repente sentiu um frio na espinha e assustou-se com a presença surgindo como por encanto, de uma senhora, vestida com um belo vestido branco, cabelos grisalhos longos escorridos até a altura da cintura.
A velha senhora, simplesmente olhou-o firmemente e falou:
-Porque tanta curiosidade? Vocês não deviam ter vindo aqui. Sabia que a curiosidade mata?
-Minha senhora, eu não entrei na casa, quem entrou foram eles, retrucou o jovem visivelmente apavorado.
A mulher simplesmente sorriu, virou-se e desapareceu misteriosamente da mesma forma em que apareceu.
O rapaz já sem cor, tremendo de pavor pela aparição da mulher e por suas palavras, limitou-se a correr de volta para a casa a fim de avisar os companheiros sobre o ocorrido e convence-los a abandonar a ideia de mexer com o desconhecido. Entrando na casa, gritou pelos amigos, tornou a chamá-los algumas vezes mais e nada de respostas.
Dentro do recinto o silêncio sepulcral era profundo.
Já totalmente a mercê do medo que o invadiu não teve outro jeito a não ser procurar os amigos. Procurou na cozinha, no banheiro, nos quartos e nada, até que quando finalmente chegou de volta á sala não deixou de reparar num dos quadros na parede. Algo estranho lhe chamou a atenção.
Aproximando-se então lentamente em direcção ao quadro, limpou o pó que o impedia ver a obra e ao observá-lo atentamente, apenas solta um grito apavorante de horror e cai desacordado ao ouvir a gargalhada da velha senhora eu vira lá fora.
O quadro retractava seus três amigos com feições distorcidas e mutiladas.
Um sem olhos, o outro sem boca e o terceiro sem as orelhas.
Nunca mais naquele vilarejo, se ouviu falar sobre os quatro rapazes da capital. Simplesmente desapareceram no ar.
… E a casa? Continua lá, abandonada e cheia de mistérios, assustando todos os moradores daquela pequena aldeia.
Coordenada final N40º 52.A+B W008 27. D
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