Ovar é uma cidade portuguesa, situada no Distrito de Aveiro, região Centro e sub-região do Baixo Vouga, com cerca de 16 849 habitantes.
É sede de um município com 147,52 km² de área e 55 377 habitantes (2011), correspondendo a uma densidade populacional de 375 habitantes/km², estando subdividido em 8 freguesias. O município é limitado a norte pelo município de Espinho, a nordeste pelo de Santa Maria da Feira, a leste pelo de Oliveira de Azeméis, a sul pelo de Estarreja e pelo da Murtosa e a oeste pelo Oceano Atlântico, que banha perto de 15 km da sua costa, contribuindo para um clima ameno e praias agradáveis.
História
Nas enciclopédias, o nome 'Ovar' é um tanto ou quanto invulgar, apenas se encontrando para ele três significados: o nome desta cidade (não existe outra povoação do mesmo nome em Portugal ou em qualquer outro país); verbo transitivo (pôr ovos, criar ovos ou ovas) e verbo transitivo brasileiro (fazer ovação, aplaudir, aclamar, vitoriar). A etimologia mais popular e citada é a que deriva do verbo 'ovar', dado a multidão de aves que desovavam e criavam na região.
O litoral de Ovar encontrava-se compreendido no maior segmento de costa baixa e lisa do país, mas nem sempre isso aconteceu, porque primitivamente a ria não existia e o mar avançava mais para o interior, formando uma baía. Aliás, conforme ensinam Amorim Girão, Alberto Souto e Jaime Cortesão, todos os terrenos do concelho de Ovar, a oeste da linha do caminho-de-ferro (actualmente a estação da CP de Ovar dista cerca de 5.200 metros do litoral, estando a uma altitude de 17,24 metros do nível do mar) foram domínio do mar.
A formação da Ria é contraditória, pois há quem lhe dê uma longevidade de quatro milénios, mas também quem lhe aponte os meados do século X ou mesmo XI, como início da sua sedimentação. Tudo leva a crer que, no século X, a linha da costa passava em Ovar. No entanto, o afastamento progressivo da linha da maré fez com que Ovar ficasse cada vez mais no interior, decaindo como porto de mar.
Porto salineiro e de pesca na Idade Média, é citado num documento laudatório com data de 12 de junho de 922, inserto no Livro Preto da Sé de Coimbra, tendo resultado da aglutinação de vários lugares, entre os quais a vila de Cabanões (28 de abril de 1026), São Donato (1101) e de Ovar (24 de fevereiro de 1046).
Ovar constituiu-se em Concelho desde 1251, com foral passado por Manuel I de Portugal em 10 de fevereiro de 1514. Nos séculos XVIII e XIX destacou-se pela atividade piscatória, tendo os seus pescadores povoado grande parte do litoral português, fundado a Torreira, As Areias (São Jacinto), Espinho, e fixando-se ainda na Afurada, na Caparica, em Olhão, Paramos e no Ribatejo.
Foi em Ovar que Júlio Dinis redigiu 'As Pupilas do Senhor Reitor' e esboçou 'A Morgadinha dos Canaviais'. Por ter resistido aos monarquistas à época da chamada 'Traulitânia' (1919), a vila foi agraciada com a Ordem Militar da Torre e Espada, Valor, Lealdade e Mérito.
Ovar foi elevada a cidade em 1984, pela lei n.º 9/84, de 28 de Junho.
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