A Escola Superior de Tecnologia e Gestão de Felgueiras (ESTGF) é uma instituição de ensino de Felgueiras.
O edifício onde atualmente se situa o ESTGF é também conhecido por Casa do Curral e pertence à Câmara Municipal de Felgueiras. Este edifício fez parte do enredo de 'A Morgadinha dos Canaviais' do escritor Júlio Dinis. A Casa do Curral que em 1999 estava em estado de ruína, foi totalmente reabilitada e revitalizada no ano de 2003 por projeto da autoria do arquiteto português Filipe Oliveira Dias.
O prédio da Escola é de edificação habitacional do século XIX (1868), de carácter misto, urbano e rural, que foi readaptada ao longo da sua história com tipologias de construção diversas, no que se refere à qualidade e materiais empregues.
O edifício tem planta quadrada de 24,5 metros de lado, com três pisos e um pátio que, sendo o centro, adquire uma grande importância na organização espacial.
O pátio, apoiado pela forma de quadrado perfeito do edifício, foi resgatado para a nova estrutura espacial reordenando as suas proporções, de modo a reforçar a forma quadrangular, sublimada pela reorganização das águas do telhado e pela cobertura piramidal de vidro sobre o pátio. Foi deste modo gerada toda a proporção do espaço circulatório e de comunicações verticais da intervenção. O pátio sugere uma transparência entre pisos e pé-direito duplo, que é levada às últimas consequências com a “ideia-solução” de piso de vidro translúcido existente entre o nível 0 e o nível 1.
O desordenamento espacial encontrado faz com que a sua estrutura, quer espacial quer estrutural, não fosse adequada nem pudesse ter sido totalmente recuperada para a nova função, sendo todavia possível a recuperação da estrutura vertical depois de reconsolidada. Para apoiar consequentemente esta reordenação espacial foi concebida uma estrutura metálica dialogante com a tradicional (perpianho de granito) e com a transparência do vidro, que dinamizou e refrescou todo o interior do edifício, conferindo-lhe a contemporaneidade da intervenção e a solidez necessária a um uso público.
Para um reordenamento mais rentável dos espaços, foi decidido manter os três pisos existentes, estabilizando as suas cotas e pé-direito. A interligação destes foi garantida por circuitos de comunicação vertical (escadas e elevador) legíveis, bem como por sistemas pontuais, cumprindo as regulamentações contra as barreiras arquitetónicas. O considerável aumento de área reflete-se essencialmente em área útil, rentabilizando de modo integrado o investimento nesta área da cidade numa opção de reabilitação de património existente sem necessidade de aumento da sua volumetria.
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