Three Rings for the Elven-kings under the sky,
Seven for the Dwarf-lords in their halls of stone,
Nine for Mortal Men doomed to die,
One for the Dark lord on his dark throne
In the land of Mordor where the Shadows lie.
One Ring to rule them all, One Ring to find them,
One Ring to bring them all and in the darkness bind them
In the land of Mordor where the Shadows lie.
O “Anel Um” do Senhor das Trevas no seu trono escuro e da terra de
Mordor abrigo das sombras, tinha sido destruído.
Mas O Segredo tinha sido guardado... O precioso Anel destinado a todos
governar tinha devolvido o seu poder à Origem.
Já não era preciso carregar o Anel para os encontrar, para os trazer
à montanha e na sua escuridão os aprisionar...
Sméagol sorriu.... O seu rosto desformado contorceu-se num sorriso
diabólico e um som gutural saiu-lhe da garganta:
- Vocês virão!...
E recitou baixinho algo que remontava à Origem:
Três Anéis para os reis Elfos da longínqua Barragem de Paradela,
Sete para os senhores Anões nas suas casas de pedra no coração do Gerês,
Nove para os Homens mortais de Pitões de Júnias e condenados a morrer um dia...
E em silêncio observou o horizonte.... Algum aventureiro à vista?
Tinha sido bem sucedido na sua investida. Ninguém desconfiava que ele
tinha escapo por um triz de uma queda e morte certa nas profundezas do
inferno. Um inferno incandescente onde o seu querido Anel Um tinha
sido precipitado.
Sméagol limpou uma lágrima que teimava escorrer ao longo da face...
Não! Nem uma lágrima mais seria vertida. Ele podia ter perdido o seu
precioso Anel mas tinha conseguido salvaguardar o segredo escondido
ao longo das Eras, desde os Tempos Antigos até esta 4ª Era.
Sméagol recordou a história dos vinte anéis forjados e a perda do seu
Precioso, símbolo do oculto, da vontade do poder... O
Anel do temível Sauron, Senhor de Mordor.
- Meu Precioso!.... Lamentou ele numa voz sumida e gutural. Mesmo
sabendo das capacidades do Anel em corromper e deformar a
personalidade de quem o usa.
E um olhar para a rocha sobre a qual estava, deixou-o mais sossegado.
O segredo estava bem guardado!
Ao longe, Sméagol avistou a barragem da Paradela, de um azul intenso e
que muito brevemente seria destruída para proteger e esconder os Elfos
nas suas terras verdejantes.
Os Elfos tinham sido agraciados nos tempos Antigos com anéis. Símbolos
da ordem intelectual e espiritual ou até mesmo, da Trinidade do ser.
Será que ainda guardariam todos os seus anéis?
Sméagol já não se importava com os anéis. O Anel Um quase lhe tinha
custado a vida. Mas agora, ele tinha algo bem mais valioso com que se
preocupar.
O esboço de um sorriso voltou-lhe a desenhar-se num rosto cinza e
macilento. Um sorriso trocista e enigmático.
A oeste, estendiam-se por kms e Kms, as Montanhas brancas e sagradas
do Gerês. Montanhas estas que tocavam os confins do território da
Terra-Média até ás montanhas Nebulosas. Eram nestas montanhas que se
escondiam os Anões mineiros, um povo traiçoeiro que conhecia cada
recanto e esconderijo das montanhas, um povo que Sméagol muito pouco
apreciava.
Eles também tinham sido premiados com alguns preciosos anéis, símbolos
da conclusão do mundo e da plenitude dos tempos, e escondiam-nos em
cavernas naturais a metros e metros de profundidade pelo extenso
território protegido do Gerês.
O Rei tinha regressado e com ele, a tão desejada paz por todos os
povos da Terra- Média.
Sméagol voltou o rosto para a esquerda e vislumbrou Pitões, a terra dos
Homens, uma raça inferior e muito conflituosa.
E mais uma vez questionou-se se estes saberiam dos anéis que lhes
tinham sido entregues. Sméagol ainda conseguiu avistar algum fumo a
sair das chaminés de algumas casas... E os seus olhos vidrados e
brilhantes ficaram raiados de um vermelho sangue.
Sméagol tinha sobrevivido à Montanha da Perdição e tinha viajado tal
qual ser errante por toda a Terra-Média até recuperar a caixa que um
dia tinha albergado os 20 anéis. O baú que um dia tinha carregado com
todo o conhecimento dos sábios do Tempo Antigo... O cofre que
albergava o segredo do Inicio dos tempos, da Origem, do Conhecimento e
da Sabedoria Ancestral deste mundo.
- Meu precioso precioso tesouro.... E as suas unhas compridas,
profundamente afiadas, sujas e partidas da sua mão esquerda
acariciaram o cofre que tinha carregado consigo até aquele local
recôndito.
Ninguém iria descobrir o seu precioso segredo e mais ainda, o código
secreto que o permitiria abrir.
E para isso contava com Gollum, o seu terrível alter ego que o ajudava a defender o seu precioso tesouro.
-Eles virão, mas primeiro enfrentarão Gollum e os seus desafios, e só depois poderão vir a mim...
E Sméagol mais uma vez emitiu algo que se assemelhava a um sorriso. O
seu tesouro não corria o risco de ser descoberto tão cedo!
E ele estaria sempre ali com os olhos postos sobre o mundo... A vigiar!.....
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