Breve história de Águas Belas
Terra de grande beleza natural, em 1222 aparece com o nome de “Abas de Aquabela“ no foral de Ferreira do Zêzere. Em 1356 D. Pedro I deu o seu senhorio a Rodrigo Alvares Pereira, irmão do “Condestável” D. Nuno Alvares Pereira. Esta freguesia já foi vila e sede de concelho entre 1513 e 1836 e teve foral concedido por D. Manuel I em 1513. O pequeno município tinha uma freguesia e, de acordo com os censos de 1801, contava com apenas 833 habitantes.
Daqueles tempos de autonomia administrativa, resultou o Pelourinho de Águas Belas, erguido sobre um pódio de três degraus de calcário e rematando em meia esfera. No fuste da coluna, está aposto o brasão dos Pereiras, de que foram descendentes os Sodrés Pereiras, Comendadores de Águas Belas.
A Igreja Matriz de Nossa Senhora da Graça
No centro da povoação de Águas Belas ergue-se a Igreja Matriz de Nossa Senhora da Graça, antecedida pelo habitual adro no qual são realizadas as festas anuais em honra da padroeira, habitualmente no fim-de-semana mais próximo ao dia 8 de Setembro.
De acordo com Paulo Alcobia Neves, o templo foi construído entre 1894 e 1897, sob o patrocínio do banqueiro Conde de Burnay, pois consta que este nobre precisava dos votos dos aguabelenses para ser eleito deputado, tendo então contribuído com 50% do numerário necessário para a construção da actual Igreja.
Esta viria a substituir o primitivo edifício religioso, que se localizava na sede da antiga Vila de Águas Belas, e que já em 1758 é citado pelo pároco José da Mota Ribeiro, possuindo por esta mesma altura cinco altares: um da Senhora da Graça; outro do Espírito Santo; outro de S. Bartolomeu e Almas; o quarto de Nossa Senhora do Rosário e o quinto de Jesus.
Do ponto de vista arquitectónico, a Igreja de Nossa Senhora da Graça apresenta-se como uma construção de carácter eclético, em que as marcas de inspiração clássica transparecem de forma tímida no arco de volta perfeita do portal principal. Possui planta longitudinal de nave única e cobertura em telhado de 2 águas, destacando-se do corpo central do templo dois volumes correspondentes às salas de sacristia que ladeiam a capela-mor. Na fachada principal foi erguida uma torre sineira, de marcada verticalidade, na qual se rasgam as linhas simples do portal principal, sendo todo este volume avançado em relação ao corpo central do edifício.
No seu interior, o altar-mor, obra seiscentista, é proveniente da antiga igreja, e nele se encontra a padroeira: Nossa Senhora da Graça, imagem de porte eclético, a qual, coroada, ostenta na mão um ceptro, símbolo do seu poder, e segura nos braços o menino Salvator Mundi, igualmente coroado.
Do seu espólio ressalta ainda a magnífica custódia em prata dourada cinzelada, datada do século XVIII que, de acordo com Maria Emília Baptista, terá sido ofertada por uma piedosa fidalga do extinto Solar do Morgado de Águas Belas a qual, tendo-lhe falecido uma filha na flor da idade, resolveu fundir todo o seu ouro e assim mandar fazer esta preciosa peça.
Informação baseada no que consta no Blog de Ana Torrejais: http://tactiboqueando.blogspot.com
Foto da custódia retirada de: http://www.ribatejo.com/ecos/fzezere/fzpatrimonio.html
A CACHE:
O acesso até ao local da cache é extremamente fácil e não há muito a dizer a respeito da mesma. Esta é daquelas que qualquer um faz e tem como objectivo, essencialmente, levá-los a conhecer esta Igreja que, apesar de não ser demasiado antiga, é extremamente interessante e, curiosamente, é a Igreja onde fui baptizado! :-)
Trata-se de uma micro-cache (uma pequena caixa de um rolo de fotografia, de 35mm) bem escondida e que é conveniente que a deixem no seu local, bem arrumadinha! ;-)
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