A Terra
A terra chama-se Fernandes. É um monte que dista da sede do
concelho de Mértola 7 km. É servida por transportes públicos
durante o dia. Tem cerca de 400 habitantes e muitos deles a
trabalhar em Mértola.
Nos Fernandes podemos encontrar lá no alto o velho moinho de vento
onde, antigamente ali se moía o trigo para fazer a farinha. O pão
era feito no forno do povo, que ainda existe, mas já é utilizado
poucas vezes.
Não falta uma Sociedade Recreativa onde se fazem bailes, passam
filmes e faz- se teatro e a Escola, que é frequentada por seis
alunos e tem duas salas de aula.
Toponímia
A toponímia assinala intensamente a presença islâmica
(provavelmente com raízes mediterrâneas mais antigas) em todo o
Vale do Baixo Guadiana: Porto deAlcácer (castelo) eAlfavacas, na
ribeira deOeiras, perto de Mértola,Alcaria (há várias, sig- nifica
aldeia)Almoinha Velha (horta velha),Mesquita (uma
povoação),Alcoutim,Al- caçarim, Odeleite, Almada (a mina) de Ouro.
O próprio Guadiana, que já foi Odiana, também em parte tem essa
etimologia (Anas seria o nome pré-romano)5. Os nomes de alguns
lugares sugerem-nos também a existência de famílias extensas em
épocas mais remotas: no concelho de Mértola, na margem esquerda há
aldeias com os seguintes nomes: Fernandes, Picoitos,
Salgueiros, Costa, Alvares, Morenos, Giraldos; na margem direita:
Lombardos, Vicentes, Javazes, Besteiros, Crespos, Se- das. Outros
ainda um pouco mais afastados do rio como Brites Gomes, Sapos, Cor-
vos, etc. No concelho de Alcoutim há uma povoação ribeirinha,
Guerreiros do Rio, apelido bastante comum no Algarve (sobretudo no
Sudeste). Em Mértola os nomes dos espaços têm sido alterados,
sobretudo a partir da segun- da metade do século XIX, reflectindo o
espírito positivista dos que quiseram romper com a tradição.
(Livro: a comunidade ribeirinha de Mértola)