Nossa
Senhora do Campo
És d'Almendra a padroeira
Dá-lhe a sombra do teu manto
Sêde a nossa companheira
Do campo!... Chama-Te assim,
Tens amêndoa e oliveira,
Vens regar o Teu jardim,
Água fresca da ribeira.
Teus milagres são falados
Muitas léguas em redor,
Tens ouvido nossos brados
Com testemunhos d'Amor.
Banham-Te as águas amigas
Da Ribeira d'Aguiar
Cercam-te plantas floridas
Pela luz do Teu olhar
Podem ser as flores o manto
Com que Almendra Te cobriu
Pode a água ser o pranto
Do que p'ra longe partiu
Cerca-Te o povo Raínha!...
Em glorioso festival
A capela tão branquinha
Num canto de Portugal.
Autor:
Professor Carlos (1935)
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Lenda de Nossa Senhora do Campo
Em tempos muitos remotos, no alto do monte Calabre, a cerca de três
quilómetros a leste da Ribeira de Aguiar nos limites da freguesia
de Almendra, existiu uma pequena cidade cristã, de nome Ravena ou
Reverena. Pela sua importância ou ponto estratégico, era
frequentemente atacada pelos mouros, sempre vindos pelo nascente e
nunca conseguindo entrar na cidade.
Ali vivia uma humilde jovem tecedeira, chamada Ana, mais conhecida
por Anita Tecedeira. Por recear os infiéis decidiu achar um refúgio
fora da cidade, para o lado poente, visto que os sarracenos só
vinham pelo nascente. Depois de muitas buscas, um dia Ana
Tecedeira, na margem direita da ribeira, encontrou uma gruta, numa
grande rocha. Anita achou ali lugar para a sua habitação e
esconderijo, e levou par ali o seu tear e uma imagem de Nossa
Senhora com o Menino Jesus ao colo que tomava por sua
protectora.
Anita, durante muitos anos, era vista na cidade e noutros lugares
próximos, procurando trabalho, comprando alimentos e entregando
tecidos. Mais tarde, a tecedeira deixou de ser visita mas, pela sua
honestidade e grande fé à Virgem, não mais foi esquecida por aquela
gente que contava a sua história de geração em geração, pois era
tida como Santa.
Passados muitos anos, numa segunda-feira de Pascoela, um pastor de
Almendra, viu, por entre os arbustos, sair de uma rocha uma ave e
ao aproximar-se descobriu uma gruta. Entrando viu um tear e em
frente uma coisa a brilhar, que era a imagem de Nossa Senhora que
resplandecia com a luz do sol, estando em boa conservação. Com
espanto viu no chão, junto ao tear, um esqueleto humano e fugiu
aterrorizado.
À noite, muito comovido e cheio de fé, contou o seu achado aos
familiares. Logo a notícia se propagou e no dia seguinte, muitos
crente foram com o pastor à gruta. Trouxeram a imagem para a Igreja
Matriz e enterraram religiosamente o esqueleto. Dizem que o pastor
durante a noite, cheio de fé e coragem, retirou a imagem da igreja
e levou-a de novo para a gruta.
Os devotos ao verificar que a imagem estava de novo na gruta
juntaram fundos e deram trabalho. Desfizeram a gruta e com a pedra
extraída da rocha edificaram, ali no mesmo lugar, uma pequena
capela, onde ficou a imagem com o nome de Nossa Senhora do Campo.
Os ossos do esqueleto foram para ali transladados e enterrados
junto ao altar.
Todos os anos, na segunda-feira de Pascoela, a freguesia de
Almendra e povos circunvizinhos, ali vão em romagem, a agradecer a
Nossa Senhora do Campo.
Evento
Aproveitando o facto de que estamos (cache.a.lot
e
H3M) em Almendra, para as festas de Nossa Senhora do Campo, que
ocorrerão na segunda-feira seguinte (junto ao ponto incial da
cache Almendra -
Religiosa) e uma vez que algumas estruturas de apoio à festa
estão montadas, marcámos este evento, sábado ao início da noite,
para tomarmos um café, uma cerveja ou comermos uma fartura. Uma
bela maneira de conhecer os geocachers da região e trocar
algumas experiências.
O encontro é nas coordenadas publicadas, junto às escadas
dos Correios, às 21:00 - 21.30h para 2 dedos de conversa sobre
geocaching, geocoins, TBs e
aventuras.
No final do evento, quem o desejar fazer, pode ir asssistir ao
baile ou concerto, numa bela imagem do verdadeiro Portugal. |