CAPELA DE S. MAMEDE
A
capela de São Mamede encontra-se na Ermida com o mesmo nome, uma
ermida rectangular sem quaisquer marcas de estilo e data que
informem da sua construção no tempo. Ela alberga dentro de si a
imagem de S. Mamede, um santo que foi muito popular na Igreja
Bizantina, ao qual, no século IV, se ergueu, sobre o seu túmulo, um
Santuário onde ocorriam multidões por ter adquirido a fama de
taumaturgo. As suas relíquias foram transladadas de Cesareia para
Constantinopla e dali passaram para a Catedral de Langres, na
França. A sua fama, se não mesmo alguma relíquia sua, terá passado
os Pirineus e chegado à Peninsula Ibérica, onde se terá
desenvolvido o seu culto, uma vez que tal era referido nos
calendários moçárabes. Martirizado em vida foi condenado à morte
por afogamento mas conseguiu salvar-se por milagre. Salvo, foi
refugiar-se num monte perto de Cesareia onde sobreviveu
alimentando-se do leite das feras.
Sobrevivendo com o leite das feras é em torno do leite que se
relaciona a lenda ligada a este Santo, morador na pequena Ermida do
Bugalhão.
Com efeito, reza a lenda que as mulheres das redondezas, com filhos
recém-nascidos, desprovidas de leite para amamentá-los, acorriam à
Ermida de S. Mamede, no Bugalhão, na fé de que comendo um pedacinho
do Santo, logo ficavam com os seios atestados, capazes de
satisfazerem a mais faminta e glutona criança.
O Santo, orador eloquente que foi em vida, transformado em estátua
inanimada, viu-se sistematicamente a ser mutilado dia a dia, com
facas e canivetes, sem poder apresentar protesto. Acabara-se-lhe o
verbo. Por ironia, alguém menos dotado para a oratória, mas
suficientemente inteligente, encarregado que estava a zelar pelo
pequeno templo, livrou-o de tanta navalhada. Esse alguém, não se
sabe quem nem quando, preocupado com os tratos que via infligir no
Santo, vendo-o perder o peso e as características físicas
originais, desfeiteado a golpes de arma branca de todo o tamanho e
feitio, teve a feliz ideia de convencer as mães e amas secas de que
a cal que branqueava o templo produzia os mesmos efeitos, o mesmo
milagre. E foi assim que mantendo-se a crença e a prática, o Santo
nunca mais foi mordido apesar de nunca mais também desaparecerem as
marcas dos golpes sofridos, a testemunhar a fé e a superstição que
sempre têm caminhado a par e passo. Alguém, sem ser santo, cometera
o milagre de salvar o Santo, preservando a imagem para que os
vindouros a pudessem observar e adorar ali, naquela capelinha,
levantada entre carvalhos e castanheiros.
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