Norton de Matos
José Maria Mendes Ribeiro Norton de Matos (Ponte
de Lima, 23 de Março de 1867 — Ponte de Lima, Portugal, 3 de
Janeiro de 1955) foi um general e político português.
Depois de frequentar o colégio em Braga foi, em 1880, para a Escola
Académica, em Lisboa.
Quatro anos depois iniciou o seu curso na Faculdade de Matemática
em Coimbra.
Fez o curso da Escola do Exército e, em 1898, partiu para a Índia
Portuguesa, onde organizou os cadastros das terras. Começou aí a
sua carreira na administração colonial, como director dos Serviços
de Agrimensura.
Acabada a sua comissão, viajou por Macau e pela China em missão
diplomática.
O seu regresso a Portugal coincidiu com a proclamação da
República.
Dispondo-se a servir o novo regime, Norton de Matos foi chefe do
estado-maior da 5ª divisão militar.
Em 1912 tomou posse como governador-geral de Angola.
A sua actuação na colónia revelou-se extremamente importante, na
medida em que impulsionou fortemente o seu desenvolvimento,
protegendo-a, de certa forma, da ameaça contínua que pairava sobre
o domínio colonial português, por parte de potências como a
Inglaterra, a Alemanha e a França.
Fundou a cidade do Huambo. Foi demitido do cargo em 1915, como
consequência da nova situação política que se vivia em Portugal
durante a Primeira Guerra Mundial. Foi depois chamado, de novo, ao
Governo, ocupando o cargo de ministro das Colónias, embora por
pouco tempo.
Em 1917, um novo golpe revolucionário obrigou-o a exilar-se em
Londres, por divergências com o novo governo.
Regressou à pátria e foi delegado de Portugal à Conferência da Paz,
em 1919. Mais tarde, foi promovido a general por distinção e
nomeado Alto Comissário da República em Angola.
Na Primavera de 1919, foi delegado português à Conferência da
Paz.
Em Junho de 1924, exerceu as funções de embaixador de Portugal em
Londres, cargo de que foi afastado aquando da instauração da
Ditadura Militar.
Foi, em 1929, eleito grão-mestre da maçonaria portuguesa.
Em 1948, participou nas eleições presidenciais de 1949,
reivindicando a liberdade de propaganda e uma melhor fiscalização
dos votos.
O regime de Salazar recusou-se a satisfazer estas exigências.
Obteve vastos apoios populares e apoio de membros da
oposição.
Devido à falta de liberdade no acto eleitoral, e prevendo fraudes
eleitorais, ele acabou por desistir depois de participar em
comícios e outras manifestações de massas.