UM PASTEL POR TENTUGAL
foto by: Vigal
Pretende-se com esta cache dar a conhecer a vila
de Tentúgal e todo o seu patrimonio Historico, Tentúgal é uma
freguesia portuguesa do concelho de Montemor-o-Velho e paróquia da
Diocese de Coimbra, com 34,48 km² de área e 2 275 habitantes
(2001). Densidade: 66,0 hab/km². Foi vila e sede de concelho até
meados do século XIX. Tentúgal é mais conhecida pelo famoso pastel
de Tentúgal, doce tradicional de origem conventual. Veja algumas
histórias no blog: (visit link) Vila de Tentúgal Situada numa
planicie com algum declive para oriente, ocidente e sul, por onde,
a pouca distância, confronta com os Campos do Mondego. Fica a
nordeste de Coimbra e é caminho obrigatório entre esta cidade e a
da Figueira da Foz. Serve-a uma das mais lindas estradas do Pais,
ora serpeando entre colinas cobertas de umbrosa vegetação, ora
espreguiçando-se no doce plano dos Campos do Mondego. As ruas da
vila são largas e possue três espaçosos largos: - o Rossio, o do
Ribeiro e o da Chieira ( este de forma triangular,o mais importante
no qual se realizam as feiras ) além da pequena praça da Olaia.
Apesar da decadência que a vila começou a sofrer nos fins do século
XVIII, ainda vale bem a pena, àqueles que tem o culto da Arte,
virem ate Tentúgal ou aqui fazerem uma paragem para admirar o
antigo solar dos duques do Cadaval, algumas fachadas de casas
fidalgas,a Igreja Matriz e a da Misericordia, o antigo convento das
freiras Carmelitas com a sua Linda igreja, a Tôrre do Relógio, que
fazia parte do castelo ou dos Paços do Concelho, além de portais a
vãos de janelas, cheias de elegância e graciosidade, varandas e
escadas exteriores, cimalhas, esgrafitos, chaminés e cantos,
telhados ornamentados de abóboras que nem por serem singelos deixam
de possuir beleza. Tentúgal, terra de recordações, tem ainda, a
dar-lhe fama, os seus magníficos pastéis de grande aceitação
nacional, herança deixada pelas antigas freiras Carmelitas, de
excelente recheio e óptimo folhado, e que fazem a delícia do
viajante que obrigatoriamente pára na antiga Tia Conceição e ali os
come, quase sempre regando-os com o delicioso e aromático vinho
branco de que esta região é pródiga. ANTÓNIO NOBRE não deixa de
incluir Tentúgal como um dos mais encantadores arredores da cidade
do Mondego. DO LIVRO TERRAS DE MONTEMOR-O-VELHO Fundação 0 Livro de
testamentos, do convento de Lorvão, diz-nos que no ano de 954
recebe o mosteiro lorvanense, por doação testamentária de Rodrigues
Abulmundar, na vila de Tentúgal campos de cultura . O referido
livro, no mesmo século, ensina-nos mais: - « Os fâmulos de Deus -
Bahri e Trunquilli, doaram a este mosteiro, no ano de 980, uma
herdade em Taveiro e duas igrejas, uma de S. Pedro e S. Miguel, em
Tentúgal e outra em Santa Eulália, na vila do Arquanio». Nos fins
do reinado de D. Afonso VI, de Castela, edificou ou reedificou o
nosso conde D. Henrique a vila de Tentúgal por ordem do sogro, como
consta do foral dado pelo conde à povoação, em 1108. O foral diz
expressamente que o sogro de D. Henrique mandou que este edificasse
e construísse a vila; mas no testamento do conde D. Sesnando,
escrito em 1087, diz-se que povoou a vila de Tentúgal, herdada dos
seus antepassados. Do conjunto das duas afirmações tem de se
admitir - e é essa a opinião do Dr. José leite de Vasconcelos - que
o conde D. Henrique não a edificasse propriamente, mas sim a
tivesse reedificado, quer para a melhorar nas suas defesas, quer
por ela ter sido arrasada pelos árabes em alguma incursão posterior
à vida de D. Sesnando. E, de facto, este conde moçárabe e
governador do território de Coimbra, levantou da completa ruína
vários castelos da região, fazendo simultaneamente o repovoamento
de muitas terras, entre elas a da sua naturalidade - Tentúgal. D.
Sesnando foi, pois, quem repovoou o lugar e edificou ( 1087 ) o seu
castelo; mas foi o conde D. Henrique que o reconstruiu a certamente
o ampliou. Das obras henriquinas resta apenas, diz-se, uma velha
tôrre, conhecida pela Tôrre do Relógio que, provavelmente, devia
ter sido a tôrre de menagem. Acerca desta, diz-nos, em 1721 o Padre
Luiz Cardoso: ... que mostra a tôrre haver sido de observação,
antigamente, a segundo a tradição vulgar foi fabricada«pelos
mouros. É admirável a dureza do seu material porque sendo muito
delgadas as paredes ea uma altura considerável se acha sem o menor
sinal de ruína, sustentando dois sinos, um da Câmara a outro do
relógio ». E assim e : - a-pesar-de terem passado mais de três
séculos, depois da descrição do estudioso investigador, a torre
continua a desafiar o tempo e a dominar o casario da antiga pátria
de D. Sesnando . A porta da tôrre é gótica, no género das portas
laterais da Igreja Matriz a duma outra da igreja da Povoa. Em
documentos antigos, aparecem referencias a umas estrebarias do
infante D. Pedro, duque de Coimbra, no sitio, pouco mais ou menos,
do largo da Olaia, por detrás da Torre do Relógio. A gente antiga
diz que havia ali, no século xrx, umas casas muito velhas com uma
janela manuelina, semelhante a outra da casa dos Forjaz de Sampaio,
edifício esse que a tradição afirma ter sido o palácio de D.
Sesnando. O bispo D. Paterno doou a igreja de S. Miguel de Mirlaos,
entre outras, metade da vila de Tentúgal (r),que é confirmada
quando da morte do antiste, em 1087, que assevera ter povoado,
entre outras, a vila de Tentúgal. A dar-se cr6dito ao que D.
Paterno diz - e deve dar-se - o povoamento foi um repovoamento. DO
LIVRO TERRAS DE MONTEMOR-O-VELHO O PASTEL Os Palitos Folhados
faziam parte do receituário da doçaria do Convento de Nossa Senhora
da Natividade – Carmelo de Tentúgal. Na doçaria portuguesa
encontra-se uma grande variedade de folhados e recheios nos
diversos tipos de Palitos Folhados, os do Convento de Tentúgal
seriam, porventura dos mais elaborados, no século XIX já era
conhecida a sua confecção. No início dos anos 1890 do século XIX a
Hospedaria da Dona Maria da Conceição Faria (1851-1940), única no
caminho de Charrete de Coimbra à Figueira da Foz, inicia a
confecção e comercialização dos Palitos Folhados como complemento à
prestigiada cozinha aí praticada onde se distinguia o Cabrito e o
Lombo de Porco assados no forno e a Lampreia na época. A receita e
arte de confecção são ensinados à Dona Conceição Faria por uma
familiar, auxiliar no Convento e prática na confecção da doçaria e
do qual saiu, após o encerramento em 1898. O seu aspecto e gosto
refinado, a qualidade e a divulgação dos Palitos Folhados da Dona
Conceição Faria, levaram à alteração da sua designação logo nos
primeiros tempos, associando ao “Pastel”, o nome da
Vila, criando e popularizando assim a designação Pastel de
Tentúgal. No século XX a Hospedaria mantém as suas características
e após a implantação da República em 1910, Portugal conhece um
grande desenvolvimento com a construção de estradas e o
aparecimento dos primeiros automóveis. A partir do início dos anos
20, é a sua filha, Dona Branca Faria Delgado (1894-1982) que dá
grande incremento e divulgação aos Pasteis de Tentúgal e manteve a
casa até ao início dos anos 80. Para o seu prestígio contribuíram
as frequentes visitas da classe abastada e de professores e
estudantes da Universidade de Coimbra, que vinham a Tentúgal
apreciar e encomendar os pastéis da Dona Branca Delgado que
posteriormente divulgavam por todo o país. As apreciadas
características do Pastel de Tentúgal encontram-se no folhado fino
e estaladiço, único na doçaria portuguesa e no recheio de ovos.
Inicialmente na sua confecção estava presente a amêndoa ralada que
lhe requintava o gosto, devido à sua escassez esta veio a ser
abandonada. Por encomenda e menos divulgada a forma Meia-Lua, era o
pastel das bodas. A confeição manteve-se exclusivamente na família
da Dona Conceição Faria até meados dos anos 50, altura em que
apareceu um novo confeiteiro a comercializar, originando assim um
novo ciclo do Pastel de Tentúgal. Os familiares da Dona Branca
Delgado não lhe deram continuidade. Hoje, o pastel mantêm
basicamente as mesmas características, a industrialização do seu
fabrico tornou-se na principal empregadora e geradora de riqueza da
antiga Vila. Características gerais A confecção dos pastéis é muito
sensível e a sua qualidade sofre alterações, com as características
das farinhas, ovos e atmosféricas, assim como da componente humana
em que a arte da pasteleira tem influência primordial em toda a sua
confecção. A qualidade do Pastel de Tentúgal tem muito a ver com os
“Saberes”, da sua confecção e de quem os aprecia, como
todos os doces.
a cache: a cache inicial contem logbook,
lapis e alguns objectos para troca
devem estacionar o carro junto ao convento/russio, fazendo o
restante caminho a pé