Em 1933, o empresário Duarte Tavares Lebre regista a
«descoberta», no sítio do Carvalho, na Quinta do Picado, freguesia
de Aradas, de uma nascente de «águas minerais», conhecida por Fonte
do Carocho. Da referida fonte brotava uma água, caracterizada pelo
Prof. Charles Lepierre, em 1916,como «minero-medicinal hiposalina,
cloretada-sódica, sulfatada-magnésica». Durante esse ano,
continuavam os estudos e análises de águas que poderiam abastecer a
cidade. A este propósito, pode-se ler em O Democrata: «[...] a
Câmara não descura este assunto. E tanto assim que devem ter sido
analisadas, no Porto, as amostras para lá enviadas das águas do
Carocho e do poço das Quintãs que, se merecerem a aprovação, é
possível que venham dentro em breve a abastecer a cidade, como tão
necessário se torna»
Mas se as nascentes descobertas tinham água de boa qualidade,
não tinha a água suficiente para
abastecer a cidade. «Enlaçada de água, a cidade de Aveiro não
dispõe de água bastante para a economia da sua população» —
era assim que, em 1934, Alberto Souto caracterizava a situação em
que seencontrava a cidade, numa altura em que, das dezoito capitais
de distrito do Continente, apenas Aveiro e Castelo Branco
desconheciam os benefícios de um serviço regular de distribuição de
águas. Ou, como enfatizava um semanário local: Aveiro era «a única
capital de distrito que bebia água de poços como há mil anos!»
Fontes:
- AMA, Actas da Câmara Municipal de Aveiro, Registo de
descobrimento de nascentes de águas minerais, 1933, fl. 1.
- PATRIMÓNIO URBANO ASSOCIADO AO ABASTECIMENTO DE ÁGUA EM
AVEIRO, Manuel Ferreira Rodrigues
- O Democrata, n.º 1.298, 4.11.1933, p. 1, c. 3.
- «Uma efeméride notável», Correio do Vouga, n.º 1715, 11 de
Setembro de 1964, p. 1 e 6.
A Cache:
Leva-vos até à Fonte do Carocho, local onde existe um parque de
merendas e um campo de futebol que mereciam estar melhor
cuidados.
Tem um logbook mas não tem material de escrita, por isso levem uma
caneta/lápis.