Eduardo Duarte Ferreira - A
Homenagem
No Miradouro da
Penha, habitualmente designado por Mirante, foi feita uma homenagem
ao Metalúrgico Eduardo Duarte Ferreira, pioneiro da indústria
metalo-mecânica em Portugal e fundador das Fundições Metalúrgicas
do Tramagal. Vale a pena parar para observar a bela paisagem sobre
o rio Tejo e a sede do Concelho,
Abrantes.
Descrição
Este foi o grande
impulsionador da Vila de Tramagal ( sim Vila, digo bem, a unica no
concelho de Abrantes).
Eduardo Duarte Ferreira
(Tramagal, 10 de Fevereiro de 1856 - 1948) foi um empresário
português.
Nascido no concelho de
Abrantes (Distrito de Santarém) numa família muito pobre, não teve
condições para fazer o exame do ensino primário, apesar de ter
aprendido a ler e escrever. Considerado pelos seus conterrâneos
como um jovem de "fraca inteligência", teve que ir procurar
trabalho fora da sua terra, acabando por aprender o ofício de
ferreiro na povoação de Rossio ao Sul do Tejo, onde esteve três
anos sem ganhar dinheiro.
Tinha, nesta altura, 19 anos.
Ganhando o gosto pelo trabalhar o ferro, aspirou a montar uma
oficina própria, o que veio a conseguir por volta dos 26 anos de
idade. É esta oficina, a quem Duarte Ferreira chamou “A
Forja”, que está na génese daquela que viria a ser uma das
maiores unidades industriais de portuguesas. A oficina, que começou
por se dedicar ao fabrico de alfaias agrícolas, em especial
charruas, foi crescendo e o negócio tornou-se
próspero.
Em 1920, muda para umas
instalações mais amplas, junto do caminho-de-ferro da Linha da
Beira Baixa, onde passou a designar-se por “Grande Fábrica de
Metalúrgica”, empregando 250 operários. Em 1923, a empresa
transforma-se numa sociedade por quotas e passa a designar-se por
Duarte Ferreira & Filhos, passando a adoptar como seu símbolo
comercial e de marca uma borboleta. Prosseguindo a sua expansão e
modernização, Duarte Ferreira integra na unidade industrial, no ano
de 1927, um laboratório químico e metalúrgico para investigação e
ensaio de materiais. Neste mesmo ano, Duarte Ferreira cria um
sistema de segurança social para protecção dos seus
funcionários.
Em reconhecimento de toda a
sua actividade, igualmente em 1927, é condecorado pelo Estado
Português, na pessoa do Presidente da República, Marechal António
Óscar de Fragoso Carmona, que se deslocou em visita oficial à
região do Tramagal, com a Comenda do Mérito Agrícola e
Industrial.
O fabrico de enfardadeiras e
de debulhadoras mecânicas, numa primeira fase (1933-1934), e de
caixas de lubrificação para eixos de locomotivas e gasogénios para
automóveis, numa segunda fase, são as grandes áreas produtivas da
empresa que, em 1947, se transforma numa sociedade anónima com o
nome de Metalúrgica Duarte Ferreira, SARL.
No ano seguinte – 1948
– com 92 anos de idade, Eduardo Duarte Ferreira, que nunca de
deixou de interessar, em toda a sua vida, pela trabalho da empresa
que fundou, morre.
Deixa uma empresa próspera e
que emprega oitocentos trabalhadores.
Em 10 de Fevereiro de 1964
procede-se à inauguração das linhas de montagem dos veículos
militares BERLIET, que passam a serem fornecidos, em grande número,
ao exército português e se tornam um dos meios de transporte mais
utilizados nas missões deste, entre as quais se destacam as
relativas à guerra colonial portuguesa, conflito em que Portugal
esteve envolvido desde o início da década de 1960 até ao ano de
1974, tendo sido produzidas, durante estes dez anos, cerca de 3300
viaturas militares BERLIET TRAMAGAL.
Em consequência desta nova
actividade produtiva, a Metalúrgica Duarte Ferreira abandona o
fabrico das máquinas e alfaias agrícolas. Logo após a Revolução de
25 de Abril de 1974 – 20 de Dezembro de 1974 - , e até ao ano
de 1979, a Metalurgia Duarte Ferreira é intervencionada pelas
autoridades governamentais portuguesas.
Esta gestão administrativa
acaba por conduzir a empresa a uma situação muito difícil e o
espectro da falência e do desemprego começa a tornar-se uma ameaça
para os seus 2300 funcionários, que, então, já
empregava.
No princípio da década de
1980, procuram-se várias soluções que evitem o seu encerramento,
designadamente através da produção de novas viaturas militares, os
camiões TT, depois também adaptados a viaturas de bombeiros.
Contudo, a realidade económica e financeira da Metalúrgica não
deixa de se agravar.
No ano de 1984, as greves,
manifestações e os salários em atraso são a expressão das
dificuldades existentes.
Em 1994, os bens da
Metalúrgica Duarte Ferreira, entretanto penhorados, são vendidos e,
no ano seguinte, ano de 1995, a empresa é, formalmente,
extinta.
A
Cache:
Esta
cache é constituida por um container, um logbook e material de
escrita.
Bibliografia: