Judiaria do Olival
A comunidade judaica, situada extramuros, em Miragaia (ocupando uma área que ia das Virtudes até ao Convento de Monchique, Rua da Bandeirinha e Largo do Viriato) foi, ao tempo de D. João I, compelida a instalar-se na zona do Olival. Assim, surge a Judiaria Nova no lugar designado pela Câmara (a pedido do Rei). Era cercada por um muro e estendia-se pela Rua de S. Bento da Vitória (onde, à entrada, tinha uma porta), Rua de S. Miguel, Rua das Taipas, Rua de Belomonte e Escadas da Esnoga (em cuja saída se achava a segunda porta).
A localização da Sinagoga da Judiaria Nova tem sido uma questão polémica, já que são várias as hipóteses levantadas. Com efeito, sabemos que, após a expulsão dos judeus de Castela, em 1492, trinta famílias judaicas viriam a instalar-se no Porto, na Rua de S. Miguel (depois, Rua de S. Bento da Vitória), onde, por ordem de D. João II, a cidade lhes deu trinta casas. Entre elas achar-se-ia a Sinagoga. A hipótese mais discutível é a que aponta o terreno onde mais tarde se construiria o mosteiro de S. Bento da Vitória; outras inclinam-se para a Viela da Esnoga ou as Escadas da Vitória e, a mais plausível, para o lugar onde se ergueria futuramente a Igreja de Nossa Senhora da Vitória.
Igreja de Nossa Senhora da Vitória
No local onde hoje se encontra a Igreja de Nossa Senhora da Vitória existia uma capela com a mesma invocação que, em 1638, foi substituída por um templo de maiores dimensões. Em 1755, uma nova igreja é mandada erguer pelo bispo D. Frei António de Sousa, a suas expensas. A Igreja de S. José das Taipas passou a servir de paroquial enquanto as obras ali decorriam. O novo templo ficou concluído em 1769, sendo o Santíssimo Sacramento transferido em 7 de Agosto, uma vez que se encontrava em S. José das Taipas desde 4 de Maio de 1755, quando se iniciaram os trabalhos.
Seriamente danificada durante o Cerco do Porto, a paroquial foi novamente transferida, desta vez para S. Bento da Vitória, enquanto decorria a sua reconstrução, em 1852. Anos depois, em 1874, um incêncio destruiu o altar-mor e a imagem da padroeira, tornando-se necessária nova intervenção. Foi encomendada a Soares dos Reis uma nova escultura da Virgem, cuja cabeça, não tendo agradado aos paroquianos, foi substituída por outra mandada executar a um santeiro.
A igreja, no seu interior, tem a presença dos maiores artistas do rococó portuense: Francisco Pereira Campanhã, autor do retábulo-mor (1765) e dos riscos de toda a talha; e José Teixeira Guimarães que executou os púlpitos (1768); a sanefa do arco cruzeiro (1769-1779) e os quatro retábulos laterais (1772-1773). O retábulo-mor viria a ser reedificado e aumentado, em 1780, pelo mestre entalhador Damião Pereira de Azevedo.
Rua de S. Bento e de S. Miguel da Vitória
Na Rua de S. Bento da Vitória encontra-se a Sede da Polícia Judiciária, instalada num palacete de finais do século XIX-inícios do século XX. Mandado construir por José Monteiro de Almeida (comerciante abastado casado com a filha de E. W. Allen, cônsul britânico), foi vendido mais tarde a José Gaspar da Graça, também comerciante. Conhecido pela Casa da Baronesa da Regaleira, teve diversas funções: Colégio Podestá (1853); Correio Central (1857), que em 1880-1881 foi transferido para o Palacete da Batalha; Teatro Vitória (ainda nos anos 80); e Liceu Central do Porto (1887), mais tarde chamado Rodrigues de Freitas.
Ao fundo da Rua de S. Bento da Vitória, entre a igreja e o largo fronteiro, corre a Rua da Bateria da Vitória (o topónimo atribuído por deliberação camarária de 28 de Outubro de 1835), cujo nome surge em memória da bateria que aí foi colocada durante o célebre Cerco do Porto e que desempenhou um papel relevante na defesa da cidade.
Na Rua de S. Miguel (que recebeu este nome da actual Rua de S. Bento da Vitória e antes assim chamada por estar orientada para o Recolhimento de S. Miguel, o Anjo) existe uma casa com painéis da segunda metade do século XVIII, provenientes do Mosteiro de S. Bento da Vitória.
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O lugar foi-me apresentado e senti vergonha por não o conhecer sendo eu do Porto. Para mim é um lugar WOW, numa rua cheia de património. Partilho convosco! Cache tamanho small. Deixem bem escondida para não ser detectada pelos non-geocachers. Aproveitem a vista!