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Campo do Ribeiro Traditional Geocache

This cache has been archived.

Ipnotaizig: Voltei hoje ao local da cache para re-avaliar a situação - e o facto de só ter voltado hoje foi em si uma avaliação: ando com pouco tempo para dedicar a este belo passatempo, o que se nota também no tempo que lá vai desde que fiz uma busca de caches. Assim, e tendo também em conta que me parece que o sítio onde a cache estava escondida deixou de ser seguro, decidi tomar a atitude difícil de arquivar esta cache. Isto, porque sei que, em verdade, neste momento da minha vida não disponho do tempo para cuidar adequadamente dela, e se a cache ficar só para dar problemas, bem... mais vale não ficar de todo.

Quero agradecer a todos os que a visitaram, e especialmente aos que tomaram o tempo e encontraram o estado de espírito para desfrutar do poema e sentir a nostalgia do que aquele espaço já foi. Fiquei profundamente tocado por alguns comentários que recebi, e só desejava poder retribuir. A todos, obrigado.

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Hidden : 7/30/2009
Difficulty:
1 out of 5
Terrain:
1.5 out of 5

Size: Size:   small (small)

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Geocache Description:


Campo do Ribeiro

Por mero acaso, quase fortuitamente,
Conduzi-me sem querer, enquanto corria
Pela mata fora, perto do fim do dia
A um lugar há tanto tempo dormente
Na minha memória, que eu juraria
Ser só um sonho o que tinha à frente.

Estaquei, espantado, por um breve instante;
Transpus o portão que, aberto, me dizia
«Entra, criança, revive essa nostalgia»
E lá dentro, passo a passo, hesitante
Fui-me sentar num muro, e o que eu via,
Eu revivi, recordando o tempo distante.

Neste velho campo de futebol em saibro está
Um pedaço abandonado da minha infância,
Quando, rio-me, o meu pior problema – Ah!
Era o Pila nunca passar a bola, tanta ganância!

Era uma coisa simples, nesse tempo, a vida,
Quando eu corria pelo prazer da corrida
Para apanhar um passe, ou coisa parecida.
Fazia-o lá pela saúde! Corria por ser divertida…

Era como se a vida fosse um jogo da bola
Entre bons amigos, e os golos não contavam.
Interessava tão somente transpirar a camisola
E no fim a vitória era de todos os que jogavam

Mas não é só da infância, o pedaço abandonado
Crescem-lhe ervas daninhas livres, viçosas
São hoje a única coisa entre as balizas saudosas
Que morreram de pé, deixando o hino desolado
Ao tempo ido das crianças jogando gananciosas
Que, como a minha infância, sumiram no passado

Bem sei que não voltarão esses dias de agrado
Supremo, farto fruto da transpiração copiosa
Mas apesar de tudo, a sorte foi-me generosa
Tive um acidente, no fundo, bem-afortunado
Já que esta memória me foi tão carinhosa
Que reentro na mata, na vida, com alento renovado

Pedro Silva

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