Lampreia
Nas noites frias de Inverno e dos primeiros dias de Primavera, as
lampreias-marinhas entram nos estuários e dirigem-se para os
cursos superiores dos rios onde se irão reproduzir.
Porém, a maior parte nunca irá atingir os locais de
reprodução. Como esta espécie migradora
é alvo de importante exploração comercial
muitos indivíduos assim que entram nos rios são
capturados.
A lampreia-marinha (Petromyzon marinus) é a maior lampreia
anádroma que se conhece, podendo atingir 1.20 m de
comprimento e pesar 2.30 Kg. As regiões laterais e dorsais
do corpo têm uma coloração cinzenta-amarelada
com manchas irregulares escuras. A região ventral é
branca-amarelada.
A sua distribuição geográfica é muito
ampla, encontrando-se em quase todos os rios da Europa e
América do Norte. Em Portugal encontra-se nas bacias
hidrograficas do Minho, Lima, Cávado, Douro, Mondego, Tejo,
Sado e Guadiana, embora seja mais abundante nos rios do
Minho.
Não se sabe muito bem quais são os factores que
estimulam a entrada dos indivíduos adultos nos rios.
Pensa-se que a temperatura e o caudal que chega ao estuário
são os factores mais importantes. Nos rios procuram fundos
pedregosos de granulometria entre 10 e 50 mm, zonas de corrente com
velocidade de cerca de 1 a 2 m s-1, com uma profundidade de 40 a 60
cm e com pouco ensombramento. Aí constroem os seus ninhos,
movendo as pedras do fundo de modo a criar uma depressão
oval. Não se sabe se o ninho é construído
só pelos machos ou só pelas fêmeas ou se por
ambos os sexos. A postura é realizada nos meses de
Março-Abril, sendo precedida de acasalamento. Durante o
acasalamento o macho fixa-se, com o auxílio da ventosa,
à cabeça da fêmea, que, por seu lado,
utilizando o mesmo processo se prende a uma pedra. O macho coloca o
seu orifício genital em frente ao da fêmea e os
óvulos são fecundados externamente á medida
que se realiza a postura. Os cerca de 60.000 ovos são
cobertos de areia e os reprodutores, esgotados, morrem no final da
reprodução. Após a eclosão dos ovos as
larvas movem-se para jusante deixando os fundos pedregosos e
procuram troços com fundos com substratos de granulometria
inferior a 1 mm, com uma corrente de velocidade pequena e
parcialmente ensombrados onde se enterram deixando apenas a
cabeça de fora. A vida larvar prolonga-se por 4 a 5 anos,
permanecendo os amocetes enterrados nos sedimentos onde se
alimentam por filtração de plâncton e de
detritos. Pouco depois da metamorfose, que ocorre quando os
amocetes medem 15 a 20 cm de comprimento começa a
migração para o mar. As migrações das
jovens lampreias rio abaixo são nocturnas e ocorrem entre
Dezembro e Janeiro. Viverão no mar durante cerca de 3 anos
até atingirem a maturidade sexual altura, em que
voltarão aos rios para se reproduzirem. Pouco se sabe sobre
a ecologia desta espécie durante a sua vida no mar. Os
indivíduos de menores dimensões são
encontrados nas zonas costeiras e próximo dos
estuários mas os maiores já foram encontrados a
profundidades entre os 280 e os 650 m. Durante este período
parasitam várias espécies de peixes, alimentando-se
do seu sangue. Entre as espécies parasitadas destacam-se
bacalhaus, salmões, sardas, arenques e até mesmo
espadartes. Alguns investigadores sustentam que a lampreia-marinha
pode igualmente parasitar várias espécies de
mamíferos cetáceos. Quando entram nos
estuários para se reproduzir deixam de se
alimentar.
Esta espécie constitui um recurso pesqueiro importante desde
tempos remotos. Por ser muito apreciada do ponto de vista
gastronómico, atinge um elevado valor comercial que vai
aumentando à medida que a sua captura vai sendo cada vez
mais rara.
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Powertrail do Lima
Esta cache está inserida no Powertrail do Lima: um percurso
pela Ecovia do Rio Lima (Troço dos Açudes) que se
estende ao longo da margem esquerda do rio, unindo as duas Vilas
Minhotas de Ponte de Lima a Ponte da Barca, numa extensão de
cerca de 16 km.
O percurso caracteriza-se pelos vários açudes e
moinhos ao longo do rio, onde pode encontrar igualmente
vários tipos de containers em locais totalmente
diferentes. Desfrute plenamente deste passeio, em BTT ou a
Pé, uma vez que é interdita a
circulação a automóveis e
motociclos.
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