ORIGEM DO NOME
Em que época exacta a povoação de Oliveira de Azeméis, se começou a denominar-se assim, ainda não se conseguiu determinar.
Recorrendo aos "Annaes do Município", encontramos algumas pistas. Aí afirma-se que "Se atendermos à tradição popular, o Visconde de Santa Maria da Arrifana, aqui houve uma oliveira ou diversas, a cuja sombra ou tronco se abrigavam ou prendiam suas azemolas os azeméis, que vinham da parte do Mosteiro de Arouca para conduzir-lhe fóros, que por estas terras se lhe pagavam. Pode ser que estas duas circunstâncias, isto é, a da existência de oliveiras aqui e a dessa passagem dos azeméis, se as houve, reunidas na imaginação popular, dessem motivo para essa crença de verosimilhança."
Tem-se, contudo, pretendido explicar o sobrenome de Oliveira pela origem arábica do termo azemel.
A explicação defendida pela maioria dos autores que estudaram este assunto é de que o termo “Oliveira de Azemees” é de cerca de 1185 e vem distingui-la de várias outras localidades também denominadas Oliveira, mas ainda destacá-la como espécie de interposto de mercadores que então se chamavam “Azemeles”.
E esta parece ser a explicação mais lógica e fundamentada para o nome Oliveira de Azeméis.
A mais antiga referência documental a Oliveira de Azeméis, porém, só surge em 922, através de uma doação amplíssima feita pelo rei Ordonho ao bispo Gomado e ao Mosteiro de Crestuma.
Depreende-se deste diploma, que em 922, Oliveira de Azeméis seria uma freguesia rural, dividida por vários pequenos proprietários. A vila aparece com o nome "Villa Olivaria", tendo como patrono S. Miguel: “et villa olivaria ecclesia vocabulo sancti Michaelis, cum suos dextros integros et suas aiectiones.”
Só muito mais tarde, nos começos do século XVI aparece o nome Oliveira, quando Leão X a erigiu em Comenda Real, através da doação feita, em 1518, à Ordem de Cristo de um importante quinhão que pertencia ao Conde da Feira, D. Diogo Pereira, transformando-a assim em Comenda Real daquela Ordem, concedida depois a notáveis Comendadores que contribuíram, em parte, para a sua ulterior emancipação municipal.
Só em 5 de Janeiro de 1799, foi elevada à categoria de Vila e sede do Município, por D. Maria I. Com a reforma administrativa de Mouzinho da Silveira, em 1856, Oliveira de Azeméis passou a ser o Município que é hoje, mercê também da extinção do Município da Bemposta, o qual se estendia por algumas freguesias que, desta forma, passaram para o Município de Oliveira de Azeméis, como o caso de Pinheiro da Bemposta, Palmaz, Loureiro, Travanca e Ul.
A 16 de Maio de 1984, é elevada à categoria de Cidade, mercê do seu notável progresso, densidade demográfica e categoria das suas estruturas urbanas.
in Monografia de Oliveira de Azeméis
PAÇOS DO CONCELHO
As obras de construção da Casa dos Paços do Concelho começaram em Dezembro de 1844. Em 1850, a administração e a Câmara começaram a funcionar aqui, assim como o Tribunal de Justiça, em 1851.
Obra austera, proporcionada, possui 3 pisos, com sacadas viradas para a Praça da República. Possui também, um Brasão Nacional, tipo frontaria, mandado edificar por D. Miguel, em 1844.
Nesta época, o edifício, além de conter em separado os tribunais judicial e administrativo, a sala da Câmara e Repartição da Fazenda, tinha ainda vários compartimentos para residência dos empregados subalternos. Na parte mais inferior do edifício ficava a prisão e a casa do carcereiro.
Até aos nossos dias foram várias as transformações que o edifício sofreu, embora externamente as características originais se mantenham praticamente as mesmas.
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MONUMENTO A FERREIRA DE CASTRO
Descerrado nas bodas de ouro literárias de Ferreira de Castro, representa em bronze o “Emigrante”, homem desnudo a limpar o suor do rosto, significando o esforço do trabalho.
CASA DOS CÔRTE REAL (OU DOS REIS VASCONCELOS)
Foi construída em 1686.
Ostenta uma escadaria virada para a Praça, com largo lanço de 14 degraus, distinguindo-se uma capela e as armas da família titular com escudo esquartelado para Vasconcelos, Brandões Soares e Silvas. (Imóvel de Interesse Público).
BENTO CARQUEJA
Bento de Sousa Carqueja nasceu em Oliveira de Azeméis, em 6 de Novembro de 1860.
Aprendeu as primeiras letras na Escola Conde Ferreira. Mais tarde, a convite do seu tio e padrinho, Manuel de Sousa Carqueja, fundador de “O Comércio do Porto”, foi para esta cidade onde continuou os estudos, colaborando simultaneamente neste importante diário. Quando mais tarde assumiu a direcção do jornal, iniciou uma vasta obra social de largo alcance.
Bento Carqueja sempre recusou honras e louvores públicos tendo, inclusive, recusado o cargo de Ministro, para o qual, por várias vezes, foi convidado. Recusou mesmo a Condecoração de Grande Oficialato de S. Tiago que lhe foi atribuída em 1928.
Foi membro de várias Academias e Institutos estrangeiros. O seu prestígio aliado ao grande amor à sua terra foram o motor de todas as iniciativas culturais, desportivas, turísticas e de Solidariedade Social que em Oliveira de Azeméis se realizaram no princípio deste século XX.
Foi o fundador do mensário agrícola “O Lavrador” e da Fábrica do Papel do Caima, em Oliveira de Azeméis. Dedicou especial atenção à agricultura, fazendo vingar a ideia de se instalarem escolas móveis para apoiar tecnicamente os lavradores. Em Oliveira de Azeméis criou também a Escola de Artes Gráficas e Ofícios, um asilo hospitalar e procedeu ao saneamento da vila.
Bento Carqueja morreu em 2 de Agosto de 1935.
in Monografia de Oliveira de Azeméis.
Câmara Municipal de Oliveira de Azeméis
Casa -Museu Ferreira de Castro
Museu Regional de Oliveira de Azeméis