Londres, Reino
Unido, 1886
Allan não gostava desta cidade, era
fria e cinzenta. Preferia estar em Durban, na sua Africa do
Sul natal. Mas as suas aventuras à procura das minas de
Salomão chegaram longe, tão longe até à Rainha. Enquanto a
carruagem passava velozmente pelas ruas encharcadas de
Londres, Allan lia pela milésima vez o telegrama: "Sua Alteza
Real, a Rainha Vitória deseja reunir-se com o Sr. Allan
Quatermain, o mais rápido possível". Simples rápido e eficaz,
como qualquer monarca o poderia ser. O Palácio de Buckingham
surgiu após uma curva mais apertada que o normal. Allan estava
prestes a estar em frente da Rainha mais poderosa do
mundo.
A Rainha vestia de preto, nada de
cores desde a morte do Rei uns vinte e cinco anos atrás.
"Sr Quartermain, já ouviu falar em
Avalon?" - disse ela sem preliminares.
"Err, já ouvi essa história de
adormecer, sua Alteza" - respondeu Allan, um pouco atordoado.
"Veremos se é uma história. O que
lhe vou contar apenas os os meus concelheiros mais chegados
conhecem." - E quando disse isso virou-se para o mapa que tinha na
parede - "Somos grandes no mundo, no nosso Império o sol
nunca se põe. Mas na Europa surgem novos inimigos. Depois dos
franceses, os prussianos uniram um grande país." - Allan sabia que
a rainha se estava a referir à unificação da Alemanha num segundo
Reich, sob o prussiano Bismarck, vinte anos antes, mas estava a
ficar com duvidas se era mesmo com ele que a rainha queria falar. -
"Estes já começam a ameaçar as nossas colonias em Africa, temo que
nos arrastem para uma guerra como o mundo nunca viu".
"Mas deve se estar a perguntar
porque o chamei, sr Quatermain" - continuou a rainha, e Allan
acenou com a cabeça. - "Há oitenta anos ajudamos um nosso aliado
continental, Portugal, a expulsar os franceses. Isso permitiu-nos
manter uma pequena guarnição no continente. Durante todos
estes anos tenho enviado exploradores para lá. Agora chegaram
relatos de uma descoberta fantástica. Antes de desaparecerem sem
deixar rasto, o meus últimos exploradores enviaram esta mensagem:
'Avalon descoberta. Excalibur está próxima.'" - e Allan abriu os
olhos. Poderia a lenda ser verdade? - "O seu objectivo, caso
aceite, é concluir estas explorações e trazer a espada para
Londres, ela é o garante que nunca seremos invadidos".
Barroca de Alva, Portugal,
6 meses depois
O aventureiro percorria, a medo, as
últimas milhas. Finalmente tinha descoberto a localização exacta de
Avalon, a ilha onde a Excalibur, a espada do Rei Artur tinha sido
forjada e para onde o próprio rei tinha voltado vitorioso depois da
sua última batalha para ser curado de um ferimento mortal. A lenda
dizia que ele se levantaria dos mortos para proteger as ilhas
britânicas quando ameaçadas. Ainda não acreditava que essas lendas
fossem reais, mas queria saber o segredo daquela ilha à sua
frente.
Levemente pousou os pés sob a
frágil ponte que o ligava à ilha, a madeira que resistira milénios
rangiam debaixo deles. Subitamente o chão desapareceu-lhe debaixo
do pé de apoio, mas com um último impulso conseguiu projectar o
corpo e aterrar no pó da ilha. Já tinha passado por pior...
Depois de explorar todas as ruínas
encontrou uma espada na rocha, seria esta a Excalibur? Seria
ela que iria levar para Londres, não via aqui mais nada. assim
que arrancou da rocha ouvir um borbulhar no lago atrás de sí.
Do nada umas brumas levantaram-se do meio delas, surge uma
imagem feminina.
"Eu sou a guardiã de Excalibur, sou
a senhora do Lago. Aquele que encontrar a espada sagrada salvará a
terra sagrada de ser pisada pelos pés dos impuros. Leva-a e usa-a
com sabedoria" - ouviu Allan de uma voz ensurdecedoura. E da mesma
forma que apareceu, sumiu no meio da nebelina. Allan olhou para a
espada sem conseguir pronunciar uma palavra. Tinha nas suas mãos a
arma mais poderosa do mundo, era uma arma espiritual, era a crença
de uma nação, o que fazia os humanos cometer sacrificios para a
proteger.
Até ao fim da vida Allan
Quartermain nunca soube se tinha encontrado a verdadeira Excalibur,
mas a verdade é que as ilhas britânicas nunca foram invadidas!
A cache encontra-se nas ruinas da
ermida de Sto António de Ussa, onde já houve uma
cache. Pelas coordenadas diria que a solução
de esconderijo é a mesma, mas o lugar merece. Para chegar à
cache deixem o carro nas coordenadas indicadas e poderão passar
por uma entrada que impede os animais de sairem. Pelo caminho
devem encontrar vedações com o mesmo fim, abram-nas e fechem
atrás de vocês. Por fim poderão encontra uns animaizinhos todos
pretos com uns pequenos chifres. Acreditem que eles têm mais
medo de voçês, que o contrário, mas não se fiem nem arrisquem.
Pelo sim, pelo não, levem cores neutras, deixem o casaco
vermelho no carro
.