Implantado a 612m de altitude, o
sítio disfruta de grande domínio visual sobre a paisagem
envolvente, que se estende até ao sopé da Serra da Estrela.
Beneficiando de vertentes de declives bastante acentuados a Norte,
Oeste e Este, o sítio apresentava, à partida, boas condições
naturais de defesa.
Aproveitando os grandes penedos graníticos do topo, que
naturalmente proporcionam uma área protegida, foram edificados
troços de muralhas, formando dois recintos fortificados.
Os trabalhos arqueológicos
realizaram-se durante 8 anos desde 1988. Para além das estruturas
de fortificação, foram identificadas no interior do recinto
estruturas habitacionais com lareira central (cabanas). No material
exumado destaca-se a produção cerâmica, composta por recipientes de
forma dominantemente aberta, a que correspondem as taças e tigelas,
embora as formas esféricas e globulares também estejam bem
representadas. A decoração na cerâmica surge em percentagem que
ronda os 8%, utilizando preferencialmente a técnica da
incisão. Os motivos decorativos são formados à base de
espinhas e reticulados, por vezes associados a caneluras, que são
um dos motivos mais divulgados no povoado. Surgem ainda com alguma
frequência, as representações de triângulos preenchidos, para além
de outras menos representativas. A produção lítica é caracterizada
pela reduzida utilização do sílex (que vem de fora), com o
consequente recurso a matérias primas locais, como o quartzo
leitoso e
hialino.
Tendo uma produção microlaminar forte, estão presentes as lamelas,
geométricos, lâminas retocadas em foice, raspadores, pontas de
seta, furadores e uma abundante quantidade de subprodutos de talhe.
De destacar, o reduzido número de elementos de moagem, sugerindo
uma actividade agrícola menos importante, o que de certo modo se
adequa às características do meio, bem mais propícias para uma
economia baseada na pastorícia e onde a caça e a recolecção
desempenhariam, ainda, papel de relevo. A estratigrafia pertimiu
identificar dois momentos de ocupação na pré-história no periodo
calcolítico. Foi também ocupado brevemente durante o idade
média.
O acesso faz-se passando por
Cortiçô, siga por Vila Chã e, antes de chegar a Muxagata,
encontrará uma placa com a indicação Castro de Santiago. Vá por
essa estrada florestal, passe pelo campo de futebol e, chagando ao
fim da via, estacione, junto a uns blocos de pedra arredondados.
Num dos blocos mais baixos poderão encontrar, gravadas em baixo
relevo, quatro cruzes de cristo. O castro fica no morro em
frente.
O Castro de Santiago foi o primeiro
povoado fortificado identificado na Beira Alta. Esta cache forma
com
Fraga da Pena [F. Algodres], um conjunto procurando mostrar a
pré-história desta região.