Peraboa
A dezasseis
quilómetros da sede do concelho, a freguesia de Peraboa
encontra-se na margem esquerda do rio Zêzere. É composta pelos
lugares de Castanheira de Baixo, Castanheira de Cima, Lomba do
Freixo, Peraboa, Quintas da França e Quintas da Serra.
A freguesia foi um priorado da apresentação do cabido da Sé da
Guarda. Aliás, a Sé da Guarda, pode-se dizer, que esteve na génese
da criação de Peraboa. É que os primeiros artistas que, na
povoação, partiram pedra e trabalharam para a construção daquela
catedral, foram os mesmos que se responsabilizaram pela edificação
das primeiras habitações de Peraboa. Assim, começou a
desenvolver-se a terra cujo povoamento tinha começado muito
antes.
Ou seja, durante o período neolítico. Deste, foram achados
alguns vestígios arqueológicos, que comprovam de forma efectiva as
afirmações produzidas.
Em relação à
toponímia e segundo um licenciado em história ligado a Peraboa
será Pera - pedra antiga, milenária e Boa - pedra sagrada, e
virá da presença na região dum dólmen ou anta que dá o nome à
Quinta da Anta. Pelo que o nome Peraboa virá de pedra antiga
sagrada. A versão popular, no entanto, é bem diferente deste.
Na crença do povo, Peraboa provém da pedra boa, a tal que foi
utilizada na Guarda. Outra opinião, mas de Alexandre Carvalho
Costa, estudioso deste fenómeno, aponta o fruto - as pêras -
como estando na base do nome que foi dado à freguesia.
Quanto aos outros lugares de Peraboa, é evidente o sentido
vegetal de grande parte delas, Castanheira é óbvio, Lomba do Freixo
tem a ver com um acidente orográfico do terreno de Peraboa, Freixo
com a respectiva planta, Quintas da Serra tão óbvia como a
primeira.
Ficou tristemente
famosa, em Peraboa, uma terrível tempestade que aqui ocorreu
na segunda metade do século passado. Os mais velhos, que hoje
já não estão cá para contar o que viram, transmitiram ainda,
durante várias gerações, os tremendos acontecimentos daquela
época.
À falta de depoimentos directos, recorremos a Pinho Leal, que na
obra "Portugal Antiga e Moderna" conta em pormenor como tudo
aconteceu: "No dia 24 de Agosto de 1869, pelas duas e meia horas da
tarde, passou sobre esta freguezia e a de Caria, uma furiosíssima e
medonha trovoada, que aterrou todas as povoações
circunvizinhas.
Foi um verdadeiro cyclone terrestre. Tomou depois a direcção da
serra da Estrella, passando sobre a Covilhan, deixando atraz de si
a desolação e a ruina.
Na frente d'aquella negra e immensa aglomeração de nuvens,
grandes bandos de pássaros, acossados pela tempestade, fugiam
espavoridos, em columnas cerradas. As casas tremiam desde os
alicerces; a chuva de pedra, impellida pelo vento, derrotou vinhas,
pomares, searas, olivaes, hortas, arvoredos, etc., causando
prejuízos de muitos contos de réis, e deixando muitas famílias
reduzidas à miséria.
Quasi todos os vidros
das janellas foram esmigalhados, pois que a saraiva era do
tamanho de ameixas, chegando, na sua maior parte, a passar
cinco oitavas cada pedra.
O Zêzere cresceu repentinamente, e na fúria da sua impetuosa
corrente, arrebatou noras, gados, e searas de milho e legume, sem
deixar vestígios de sementeira. As pombas e outras aves, que
andavam no ar, cahiam como fulminadas.
Em Peraboa, um redemoinho de vento arrebatou um homem,
levantando-o, e arremessando-o a 100 metros de distancia, sem que,
como tudo, elle sofresse outro incomodo, alem do susto".
Em termos de património, que ao que parece não foi afectado por
tamanha tempestade, refere-se em primeiro lugar a capela dedicada a
Nossa Senhora das Preces. Totalmente talhada em cantaria, foi
oferecida à paróquia pelos seus primitivos proprietários, os Duques
de Lafões. Quanto à igreja matriz, é grande e de imponente
prospecto exterior. Construída na época dos Filipes (finais do
século XVII/inícios do século XVIII), tem um altar-mor em talha
riquíssima e dois retábulos em pedra. Encima a porta principal uma
imagem da Senhora do Cabeço, à volta da qual circula uma curiosa
lenda. Este templo sofreu obras de beneficiação há cerca de 30
anos, e mais recentemente no fim do ano de 1997.
Actualmente, os
habitantes que vivem na freguesia, quase toda a população
activa trabalha fora, na Covilhã e outras localidades mais
próximas.
Na agricultura, só os grandes lavradores ou então lavradores
idosos que tratam os seus próprios terrenos. No que respeita às
culturas produzidas, destaca-se a vinha e o azeite, na pecuária, o
gado ovino e bovino. A indústria vai crescendo, com diversificação,
e o comércio serve como pode a sua população. Peraboa assume-se,
assim, como uma terra de prosperidade, a prova é o seguinte excerto
de uma determinada homenagem à terra num jornal local recente:
"Peraboa é uma aldeia ignorada por muitos, mas amada por todos os
seus filhos, que poderá ser próspera e risonha, se todos se unirem
numa só fraternidade".
in "Câmara Municipal da Covilhã"
A Cache
Esta cache vai levá-lo a passear pelas ruas de Peraboa
permitindo assim conhecer esta pequena aldeia. Irá passar pelos
locais principais da aldeia.
O ponto inicial está no largo da Junta de freguesia onde podem
deixar o carro. O trajecto pode ser facilmente efectuado a pé,
podendo demorar mais ou menos 30 minutos.
A cache é de tamanho Pequeno e continha no início um logbook e
um lápiz.
Como chegar
Do norte
Devem vir pela A23 na direcção Guarda-Lisboa e sair na saída
para Caria. Depois é só entrar na vila e seguir essa estrada até
aparecer a indicação para Peraboa (mais ou menos 6 KM entre Caria e
Peraboa)
Do Sul
Devem vir pela A23 na direcção Lisboa-Guarda e sair na primeira
saída para a Covilhã. Na saída devem seguir as indicações
Tortosendo/Fundão (sim, andar para trás, mas pouco) e depois seguir
as indicações para Ferro/Peraboa.
Qual o número da porta?
Resposta: A
Coordenada para o Ponto 2:
N 40º15.4(A-6)(A-5)
W 007º23.2(A-5)(A-1)