Queima das
Fitas
História
A Queima das Fitas, de acordo com a forma que hoje possui, só
parece ter surgido em Coimbra a partir de 1919. No entanto, os
alicerces que lhe deram origem remontam a 1899, com a realização do
Centenário da Sebenta que pretendia ser uma réplica dos centenários
comemorados entre 1880 e 1898. A intenção destas festividades seria
a de homenagear várias personalidades e acontecimentos.
No Porto, a Queima das Fitas não é muito mais recente que em
Coimbra. Já anteriormente a 1920 se festejava a Festa da Pasta na
Faculdade de Medicina.
Esta Festa da Pasta tratava-se da passagem da pasta e do grelo dos
que acabavam aos que entravam então na etapa final do curso.
Dava-se também por esta altura a emancipação dos caloiros. Tendo
aparentemente sido iniciada pela Faculdade de Medicina, a Festa da
Pasta era também realizada nas outras faculdades, mas
individualmente.
Só a partir de 1943 é que se começa a utilizar a denominação Queima
das Fitas, muitas vezes paralelamente à expressão Festa da
Pasta.
A prova de que a Queima das Fitas do Porto é a continuação da Festa
da Pasta é que a transição de uma para a outra se deu naturalmente,
sem interrupções. Em 1943, a Festa da Pasta era uma só para todas
as faculdades. A Queima das Fitas desenrolou-se naturalmente em
Coimbra até 1969, altura em que foi decretado luto académico e as
actividades praxísticas ficam suspensas.
No Porto, a Queima das Fitas aguentou-se até 1971/
72, altura em que cessou a Praxe na Invicta.~As condições políticas
da época levaram a que os estudantes tivessem medo de usar a Capa e
Batina devido a possíveis retaliações. As correntes políticas mais
activas de então consideravam as Tradições Académicas como
reaccionárias, daí a oposição à Praxe e às suas
manifestações.
Em 1978, um grupo de estudantes, num acto de coragem, resolveu
organizar-se e saiu para a rua um cortejo que recebeu o nome de
Mini-Queima.Foram-lhes atiradas pedras e fruta podre, mas não
desistiram.
Em 1979, tentou-se alargar a iniciativa mas existiam duas comissões
organizadoras. Só uma delas conseguiu avançar pois a outra seria
movida por ideais políticos e não teve sucesso.
Assim, prevalecia uma comissão denominada Secretariado da Queima
das Fitas Tradicional, integrada por estudantes das Faculdades de
Medicina, Engenharia, Farmácia, Escola Superior de Medicina
Dentária (actual Faculdade de Medicina Dentária) e Biomédicas
(ICBAS).
E em 1979 saiu para a rua um cortejo com poucos carros, mas
convictos de recuperar as Tradições Académicas portuenses, um
legado cultural de que todos os estudantes do Porto são herdeiros
legítimos. Até hoje, a Queima das Fitas nunca mais parou e de ano
para ano vê o seu cortejo aumentar de grandiosidade.
Significado Histórico e cultural
Inicialmente, a Queima das Fitas não era mais que a finalização
de um curso. Com o decorrer do tempo foi sendo gradualmente
alargada a outros anos.
Estas comemorações têm um significado simples: Após queimar as suas
fitas, o estudante entrega-se à boémia durante uns dias, a fim de
se divertir antes de entrar na época final de exames.
É durante a Semana da Queima que se usa a Cartola e Bengala,
brincando com a situação do pré «Sr. Dr.».
Queima das Fitas destinava-se apenas aos finalistas que estavam
prestes a terminar o curso. Pouco a pouco, estas festividades
académicas foram sendo alargadas a outros anos, pois todos se
queriam divertir antes dos exames finais. Estas manifestações, os
principais visados são os grelados, que vão por as fitas, e os
finalistas, que vão por cartola e bengala.
De acordo com a tradição, apenas os novos fitados podem ir nos
carros do Cortejo e os cartolados vão a pé, a abrir o
Cortejo.
Queima das Fitas é:
a) uma oportunidade de todos os estudantes da Academia conviverem
lado a lado, de um modo salutar;
b) dar à Academia um espaço cultural através das várias
manifestações académicas ( Sarau Cultural, Festivais de Tunas,
Ciclos de Cinema, Exposições, etc.);
c) oferecer à população do Porto um espectáculo visual da massa
viva, forte e pujante que são os seus estudantes.
Manifestações da Queima das Fitas
a) Monumental Serenata
Tradicionalmente realizada no átrio da Sé do Porto, ao badalar da
meia-noite, é com ela que abre oficialmente a Semana da Queima. É
uma boa oportunidade para ver a Sé coberta por um manto negro,
composto pelas capas de milhares de estudantes que aí se
concentram. Não se batem palmas. A única forma de aplaudir é
através da agitação das pastas, exibindo os grelos e as fitas.
Normalmente, as Serenatas Monumentais são compostas por seis fados
e duas variações.
b) Missa de Bênção das Pastas
Trata-se de uma bênção para a vida profissional que se aproxima,
pois esta época representa o intermédio entre a vida estudantil e a
profissional. Nesta cerimónia a pasta é benzida (depois de
assinada) para ser guardada como recordação da vida académica. É
ela que acompanha o antigo estudante nas reuniões de antigos alunos
e no carro dos antigos alunos, caso queira integrar o
Cortejo.
c) Imposição das Insígnias
Os professores escolhidos como padrinhos põem a cartola e bengala
aos finalistas e passam-lhes simbolicamente as fitas pelo fogo
saído de um penico. Estes põem as fitas aos novos fitados e estes,
por sua vez, põem o grelo aos novos grelados. Em circunstâncias
normais, a mesa é constituída por professores da mesma instituição
de ensino.
d) Serrote
Trata-se de uma sequência de «sketches», em forma de crítica ou de
elogio, normalmente alusivos aos professores e à vida académica.
Desde que sejam feitos com o devido respeito e de forma
inteligente, normalmente nenhum professor leva a mal. Pelo
contrário, até acham piada.
e) Cortejo
É através desta manifestação que a Academia anda de braço dado com
a cidade do Porto. Milhares de estudantes saem para a rua mostrando
o orgulho que têm em pertencer à Academia do Porto. Dezenas e
dezenas de carros alegóricos desfilam pela cidade com os seus
fitados lá dentro. Os cartolados seguem à frente de todos os
carros, a pé. A abrir o Cortejo vão os carros dos antigos alunos.Os
restantes alunos devem seguir atrás dos carros das respectivas
instituições.
f) Sarau Cultural
É o auge cultural da Queima das Fitas.
g) Baile de Gala
Apesar de ser criticado por ter um «sentido elitista», esta
manifestação perdura pelo seu carácter de «despedida em grande». As
«estrelas» são os finalistas e a primeira valsa é sempre dedicada a
eles. Apenas devem ser permitidos vestidos de baile, para as
senhoras, e traje académico a rigor, casaca ou smoking, para os
cavalheiros.
h) Rally Papper
Esta é uma realização mais moderna da Queima das Fitas. O
automobilismo tem bastante sucesso entre a juventude e o Rally
Papper consegue mobilizar muitos estudantes que querem provar a sua
perícia ao volante.
i) Garraiada
É uma ocasião em que o estudante aproveita para medir forças junto
ao touro, aproveitando para se divertir um pouco.
j) Chás dançantes
Quem disse que tudo que é festa de estudantes tem de ser
barulhenta? Esta manifestação é uma forma tradicional de festa em
que predomina a calma num ameno chá.
l) Fim de Festa
O último sopro de folia da Queima das Fitas. É aqui que se
aproveita a ocasião para proceder à entrega dos prémios respectivos
aos concursos realizados.
Além destas, realizam-se muitas mais manifestações no âmbito da
Queima das Fitas, sendo as mais variadas de instituição para
instituição.
A Cache
A cache foi colocada no Parque da Cidade, nas traseiras do
"Queimódromo" que acolhe os festivais da festa da Queima das Fitas
no Porto. O passeio até ao local é agradável de se fazer, seja onde
for que deixe o carro. A cache é de tamanho regular envolta num
saco preto, certifique-se que a deixa da mesma forma, segura, e
pronta para novas visitas.
Ao longo deste ano de Geocaching temos vindo a recolher uma
serie de fitas nas caches que visitamos e surgiu então a ideia de
criar uma cache temática, onde o visitante pode efectuar troca de
fitas. Convidamos então a deixar uma e a
levar consigo outra, não deixando na cache qualquer outro tipo de
objectos.
Por favor não leve o titulo a peito - não as queime!
Boa "Cachada" !!!