A tendência, para quem passa na Marginal, é
olhar para o Tejo que vai, serenamente, para o mar.
No entanto, esta propensão pode originar que lindos exemplares
arquitectónicos de outrora nos passem despercebidos, na correnteza
do lado oposto ao rio.
Exemplo disso é o Chafariz Velho de Paço de Arcos.
É preciso ir com alguma atenção para, a seguir à Curva dos
Pinheiros, repararmos num grande chafariz, revestido a azulejos em
tons de azul, que parece encostado e tímido a olhar o frenesim dos
carros na Marginal.
A grandiosidade deste fontanário também se deve ao painel de
azulejos que o rodeia.
Parar perto não é fácil, tem de se andar a pé desde o Palácio dos
Arcos ou do Forte da Giribita, mas vale a pena.
Chegados a este local, podemos, por minutos que se transformarão
em horas, observar atentamente as imagens estampadas nos
azulejos.
Visando os Descobrimentos Portugueses, originários da fábrica de
Sant’Ana com pintura de Rogério Amaral, os mosaicos fazem-nos
deleitar os sentidos para os pormenores das barcas, de D. Afonso
Henrique, do Mar revolto, dos pormenores que prendem a atenção,
ponto por ponto.
Este painel foi colocado lado a lado do chafariz nos anos 50 do
século passado.
No entanto, mais remoto no tempo, é a origem do próprio
fontanário, que data do ano de 1775, ou seja, pós-terramoto.
Este grande exemplar é obra dos últimos anos do governo de
Pombal.
por "Carla Rocha"
Esperamos que goste deste local.
Divirta-se e boa cachada.