Skip to content

Herói entre Heróis [Paço d'Arcos] Traditional Geocache

This cache has been archived.

paulohercules: The End.

More
Hidden : 4/1/2008
Difficulty:
1 out of 5
Terrain:
1 out of 5

Size: Size:   micro (micro)

Join now to view geocache location details. It's free!

Watch

How Geocaching Works

Please note Use of geocaching.com services is subject to the terms and conditions in our disclaimer.

Geocache Description:



PT

PATRÃO JOAQUIM LOPES

Herói entre Heróis

 

Embora não seja um daqueles heróis mundialmente conhecido, não deixa de ser um grande herói, um dos maiores que Portugal já teve. A sua coragem no salvamento de náufragos levou ao reconhecimento nacional e internacional daquele que foi o grande salvador de muitas vidas na barra do Tejo.

Nasceu a 19 de Agosto de 1798, no Algarve. Desde muito novo teve de conhecer as suas amarguras da vida. Em 1808 rumou à carreira do mar sob a orientação de seu pai. Com apenas 10 anos já o nosso herói saltava do barco, ferrava as velas, trepava os mastros, estendia as redes, quando os seus amigos ainda brincavam na rua, sob o olhar atento das mães.

Com 22 anos, estando a residir em Paço de Arcos, porque a pesca no Algarve era pouco lucrativa, Joaquim Lopes desde cedo se notabilizou. Foi-lhe proposto, em sinal de reconhecimento pelo mérito profissional, o lugar de remador da falua do Bugio. Tinha tanto de simplicidade como de habilidade. Cedo se mostrou como o mais conhecedor dos cachopos da foz do Tejo. Estava sempre disposto a mergulhar na água a as vezes que fossem necessárias até trazer para terra firme todos os que necessitavam do seu auxílio. E quando se via aflito, não hesitava em pedir ajuda a Santo António a quem era muito devoto e, caso o Santo não lhe fizesse as vontades, castigava-o, mergulhando-o no rio. E esta determinação foi necessária na altura do seu primeiro salvamento. Decorria o ano de 1823 e um camponês com o seu filho aos ombros, resolveu atravessar no vau, o rio que ainda vinha forte. De repente o desgraçado camponês perde o pé e, na aflição abandona a criança e ambos rumaram rio abaixo agitando os braços numa verdadeira agonia. A multidão gritava mas, não se atrevia a dar-lhes auxílio, pois temia o rio feroz. No meio da confusão que, sempre surge nestas alturas, um homem lança-se à água e mergulhando várias vezes sem conta salva a criança; levando-a para a praia e voltando às águas, salva a segunda vítima que entretanto, já perdera os sentidos. O homem salvador, assim que chega a terra é levado em ombros ouvindo o seu nome sair da boca da multidão com apreço: “Joaquim Lopes, Joaquim Lopes, Joaquim Lopes, Joaquim Lopes...”. É o início de uma vida cheia de sucesso na arte em que ele é supremo - resgatando náufragos. Entretanto morre o antigo patrão da falua do Bugio e o lugar cabia, como era costume, ao mais antigo dos remadores mas, desfazendo um acordo de anos, todos de comum acordo resolveram ceder o lugar ao mais hábil e mais digno e, como tal, escolheram o Joaquim Lopes apesar de ser o mais novo. Assim, de Joaquim Lopes passou a Patrão Lopes, nunca perdendo a simpatia e a humildade que lhe era característica.

A 16 de Fevereiro de 1856, a escuna inglesa “Howard Primrose”, abalada por um terrível temporal, encalha. Joaquim Lopes efectua um salvamento arrojado e temerário da tripulação do navio. Com este feito, recebe a primeira condecoração, a medalha de prata da Rainha Vitória concedida pelo governo inglês. E foi a primeira de onze condecorações que teve ao longo da sua vida. E nunca o peito de medalhas o tornará menos humilde. O brilho que dele emanava não era do ouro ou prata pendurada mas, sim do seu olhar atento e isento de vaidade. Com uma vivência difícil, onde tinha muitas bocas para alimentar, Patrão Lopes quando recebia dinheiro pelos seus salvamentos, nunca ficava com ele, fazendo-o repartir pelos seus camaradas mais pobres. As surpresas na sua vida eram uma constante. Quando, em Fevereiro de 1862, Patrão Lopes e seus companheiros salvam toda a tripulação do iate “Almirante” que ficara, com o temporal, completamente despedaçado, o rei D. Luís foi à sua humilde casa, felicitá-lo pelo salvamento. Demorou-se uma tarde inteira. El-rei ficou encantado com a conversa tida e convida o nosso herói a visitá-lo no seu Paço de Caxias. Na despedida, o rei D. Luís ofereceu o colar da “Torre e Espada, de Valor, Lealdade e Mérito”.

Uma vida a salvar pessoas. Quando um dia, lhe perguntaram quantas pessoas tinha salvado, a resposta não poderia surgir mais incisiva: “Até trezentas contei mas, depois não fiz mais caso de seguir a contagem!...”

A idade não perdoou e, a doença foi-lhe entrando pelas pernas, deixando-o cheio de dificuldades. Andar já lhe era custoso e, andar sobre as ondas era um verdadeiro sacrifício físico. Mas continuou a dirigir tudo quanto respeitava à actividade do seu salva-vidas. E assim ficava dias inteiros em frente à sua casa, de óculo em punho, observando o mar para que ninguém passasse despercebido em caso de perigo.

E numa madrugada como outra qualquer, o mar enfureceu-se, a lua escondeu-se e à uma e meia faleceu Patrão Lopes. Estávamos em 21 de Dezembro de 1890. Paço de Arcos ficou de luto, o comércio fechou e as lágrimas aumentaram o leito do rio. Foram muitos os que prestaram última homenagem ao homem que se deitou ao mar pequenino e só de lá saiu em grande.

In “O Patrão Lopes...” de Rogério de Oliveira Gonçalves.



ENG

You have all you need to find this cache: coordinates and the hint.
English version about the history of this heroe will be available soon (translation in progress).


Additional Hints (Decrypt)

Aãb pbzcyvpne (zntaégvpn). ------------------------------------- Xrrc vg fvzcyr naq fghcvq (zntargvp).

Decryption Key

A|B|C|D|E|F|G|H|I|J|K|L|M
-------------------------
N|O|P|Q|R|S|T|U|V|W|X|Y|Z

(letter above equals below, and vice versa)