A Casa foi mandada construir em 1898 por Alfredo Roque Gameiro, pintor aguarelista nascido em 1864, em Minde, concelho de Porto de Mós e que veio a falecer em Lisboa em 1935. O progecto inicial do edifício, construido para habitação do pintor e sua família, é vulgarmente atribuído ao próprio Roque Gameiro.
Localizada no alto da Venteira, à epoca uma zona de campos agrícolas a moradia permitia à familia Roque Gameiro desfrutar uma vivência integrada no meio rural e, simultaneamente, dada a próximidade do caminho -de-ferro, dispor de uma rápida ligação ao centro da capital.
Em 1900, Roque Gameiro mandou ampliar o edifício com a construção de mais dois pisos sobre um acentuado declive do terreiro. Este projecto é da autoria de Raul Lino, provavelmente um dos seus primeiros trabalhos, e conferiu à Casa a imagem exterior que actualmente apresenta. Em 1969 a casa foi adquirida pela Câmara Municipal de Oeiras, para fins culturais. A maoria das áreas da antiga habitação não tinham sido alteradas e os azulejos de revestimento interior encontravam-se em bom estado de concervação. Em 1989 iniciam-se as obras do edifício que, nestas áreas, visava a recuperação dos antigos espaços de habitação.
As fachadas da casa estão decoradas com paineis figurativos policromos, na sua maioria alusivos às tecnicas de expressão artística desenvolvidas por Roque Gameiro. O topo do torreão está revestido com azulejos brancos, colocados na diagonal, criando uma rede obliqua sobre as paredes, onde se destacam painéis alusivos à aguarela e à gravura. Na fachada norte surge uma composição cerâmica, enquadrada nunm friso azul que corta horizontalmente a parede de três pisos. Esta composição será, provavelmente, de Raul Lino.
O interior do edifício, na parte correspondente ao primeiro projecto, de 1898, é decorada com lambris de azulejo de padrão. São na sua maioria, azulejos de estampilha (pintura manual do azulejo realizada com trincha sobre papel recortado e encerado), processo de produção semi-industrial, muito difundido no século passado. Tarjas de várias cores completam a decoração, rematando vãos de portas e janelas e as paredes junto ao tecto.
Porcalhota: O nome da actual Amadora no virar do século. Existem várias possibilidades para a origem do nome, muitas delas associadas ao aspecto sujo da aldeia, ou ao facto de ser pastagem de porcos. A mais provável será neste local ter existido uma antiga habitação e quinta pertença de um Vasco Porcalho, nobre que viveu no século XIV. Porcalhota seria o diminutivo feminino de Porcalho que os habitantes desta zona teriam dado a sua filha.
Em 1870, o comboio monocarril, que partia das Portas do Rego (S. Sebastião da Pedreira) em direcção a Sintra (assim nascia a linha de Sintra), veio alterar a pacata terra da Porcalhota. O monocarril veio a ser substituio pelo bicarril (1887) e actualmente quatro linhas cortam a Amadora a meio. É o progresso. O local onde se encontra esta cache é uma verdadeira pérola nos suburbios de Lisboa.
A entrada é livre, existem sempre exposições. Horário: Terças a Sabados 10:00 às 12:30 / 14:00 às 17:30.