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Senhor dos Mártires [Alcacer do Sal] Traditional Geocache

Hidden : 4/2/2007
Difficulty:
1.5 out of 5
Terrain:
1.5 out of 5

Size: Size:   regular (regular)

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Geocache Description:


 

Conjunto monumental impar do património alcacerense, o Santuário do Senhor dos Mártires localiza-se fora das muralhas do castelo de Alcácer do Sal, a meia encosta, e dominando de uma certa altura um troço importante do curso do rio Sado. Ao lado passa o caminho de terra batida que ia para Setúbal ao longo do estuário e na linha do horizonte é visível a Serra da Arrábida e o Castelo de Palmela.

Por outro lado, o santuário ocupa um lugar de grande importância estratégica. É visível do castelo de Alcácer, é possível deste ponto vigiar a curva para norte feita pelo rio Sado em direcção ao estuário e é neste sector que desaparece a escarpa de arenito que se desenvolve desde a colina do castelo, dando lugar a um amplo vale que facilita o acesso ao interior. Desde a sua “fundação” em meados do século XIII, tornou-se num espaço de culto mariano, com o nome de Santa Maria dos Mártires e pouco depois foi escolhido pelos Mestres da Ordem de Santiago para repouso eterno. Espaço sagrado de enorme prestígio, desde cedo lhe foram atribuídos alguns milagres, contudo torna-se Comenda da Ordem de Santiago e guardiã do espaço rural envolvente da cidade de Alcácer, mantendo activo um culto e aproximação do sagrado que chegou aos nossos dias.

Se não restam dúvidas sobre a importância deste santuário e sobre o culto cristão desde o século XIII, restam contudo um conjunto de questões mal esclarecidas, que também não foram até ao momento objecto de muita reflexão: Porquê de ter sido escolhido este espaço para erguer o santuário, que surge fora de muralhas numa região em guerra e que utiliza para construção do seu núcleo trecentista um potente edifício em alvenaria, numa zona claramente em défice de pedra boa para construção! 

Pouco ou nada se sabe sobre a cidade romana de Salacia no Baixo Império, contudo documentação arqueológica até ao momento conhecida, apesar de se referir a achados soltos, demonstram claramente uma continuidade de povoamento na actual colina do castelo até à conquista muçulmana. Os novos senhores, respeitaram os costumes e culto cristão mediante o pagamento de um imposto e talvez esse facto permita a manutenção da necrópole romana do Senhor dos Mártires, transformando-o lentamente num terreno abençoado, de cariz sagrado e livre de ocupação humana. Numa primeira fase, é provável que os enterramentos islâmicos fossem dentro do recinto amuralhado, contudo a cidade islâmica foi crescendo e face à falta de espaço após o século X, a necrópole passou para a encosta voltada a poente. Os enterramentos cristãos provavelmente continuaram na área do Senhor dos Mártires, mas ao longo dos séculos, tendo em conta a absorção da população crente cristã no seio da maioria islâmica, começasse a fazer pouco sentido essa pratica.

A própria estrutura defensiva alcacerense vai sofrendo alterações ao longo do tempo em fase dos desafios que iam chegando. Se em meados do século IX após os primeiros ataques vikings, a fortaleza de al-Qasr transformada em ribat era suficiente para a defesa da população, alguns séculos depois em meados dos séculos XII e XIII era necessário efectuar uma reforça total dos sistemas defensivos. Nesses séculos, que também correspondem à anexação de Alcácer aos impérios Magrebinos, dos Almorávidas e dos Almóadas, a presença cristã e Portuguesa era mais forte e aproxima-se dos arredores da Medina Alcacerense.

Os séculos XII e XIII também são séculos férteis em experiências místicas islâmicas, onde a especulação sobre a natureza de Deus, o desígnio do homem e o destino são objecto de estudo e meditação. Alguns tratados islâmicos são traduzidos em latim e estudados no mundo cristão. A toponímia que sobreviveu até hoje, mostra para a região de Alcácer a existência de lugares onde viveram esses místicos, que procuravam tornar-se “ mártires no caminho de Deus “. É provável que nessa época tenha sido construído uma rábita (Convento islâmico) no Senhor dos Mártires, que teria uma função de “ jhiad activa “ na defesa do território em caso de ataque, mas que durante o resto do ano estaria dedicado à jhiad mais importante que é a “ passiva”. Esta “ jhiad passiva ou esforço individual” é praticado na procura de Deus e dos seus propósitos. Nesse sentido, a comunidade religiosa que aí vivia, e com base em documentação referente a outros lugares similares no al-Andalus, cuidava da sua horta, meditava, prestava atenção aos desfavorecidos, dava apoio aos viajantes e dedicava-se ao ensino num espaço mais profano, numa estrutura anexa que poderia ter o nome de “ madraza”.

 

Dessa presença muçulmana poucos vestígios chegaram até hoje, mas importa valorizar o significado profilático de um alto-relevo islâmico actualmente visível na parede exterior da torre da Igreja do Senhor dos Mártires. Trata-se de um pentagrama que apresenta um programa decorativo inserido na linguagem simbólica de origem berbere e que podemos encontrar bem representado por exemplo na bandeira que o califa almóada al-Nasir perdeu na batalha de Navas de Tolosa em 1212, quando foi derrotado pelo Rei Castelhano Alfonso VIII. Na bandeira almóada este símbolo representa o poder e encontra-se dentro de um círculo. Este por sua vez encontra-se ladeado por alguns leões.

 

Additional Hints (Decrypt)

cbe onvkb qb zheb gncnqn cbe hzn crqen

Decryption Key

A|B|C|D|E|F|G|H|I|J|K|L|M
-------------------------
N|O|P|Q|R|S|T|U|V|W|X|Y|Z

(letter above equals below, and vice versa)