. . . O cagarro é uma ave migratória que nidifica nos Açores, chegando ao arquipélago no final de fevereiro, vindo da costa oeste de África e costa este do Brasil onde passa o inverno, sendo que já se registaram avistamentos da espécie nos Açores em dezembro.
. . . Passam a maior parte do tempo no mar onde caçam peixes, lulas e crustáceos, vindo só a terra para nidificarem.
. . . Nas partes superiores o tom geral da plumagem é castanho, sendo a coroa castanha-acinzentada, a garganta, o peito e o abdómen são brancos. Tem um bico forte amarelo, as patas são curtas e acinzentadas. O seu comprimento total é de 46-53cm e 100-125cm de envergadura de asas.
. . . O seu voo é “planado” sobre a água, tranquilo e sincronizado com a ondulação, geralmente junto ao mar, que torna fácil distinguir das outras aves que partilham o mesmo espaço. À noite, ouve-se o cantar destas aves que para quem nunca as ouviu pode confundir o som com alguém a chorar ou com gatos nas suas guerras. Para nós açorianos é um bom sinal quando se começa a ouvir estes sons à noite, é o sinal da primavera a chegar trazendo o bom tempo.
. . . O melhor local para a sua observação são as travessias entre ilhas Açorianas ou durante o anoitecer ou amanhecer junto à costa onde nidificam.
. . . Constrói o ninho em cavidades ou buracos escavados no solo, durante o mês de março. Põe um só ovo entre o final de maio e o princípio de junho, acasalando com um só parceiro na sua vida.
. . . As crias são alimentadas pelos progenitores, numa fase inicial possuem uma plumagem acinzentada que vai mudando para plumagem adulta até outubro. Têm pouca proteção contra predadores como os gatos domésticos, a não ser que o ninho se localize em local de difícil acesso, como é o caso dos ilhéus ao redor da ilha.
. . . De outubro até meados de novembro, as crias efetuam o seu primeiro voo que acontece quando estes sentem a necessidade de abandonar o ninho em busca de comida, visto serem “abandonados” pelos progenitores no final do verão, sendo obrigados a fazer pela vida logo de pequenos.
. . . Devido à iluminação artificial criada pelo Homem, o seu primeiro voo pode tornar-se fatal por ficarem encadeados com a luz e perderem o controlo do voo batendo em muros ou pousarem no meio da estrada onde podem ser atropelados.
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