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Na década de 50 o modo de vida desta população do Catujal era o trabalho nas muitas fábricas que existiam na zona de Sacavém e o Os Burriços eram os proprietários da maioria dos terrenos assim como os Carolinos estes que se dedicavam ao cultivo de produtos hortícolas que eram transportados em carroças e galeras para os mercados do Rego e da Ribeira em Lisboa, a outra parte das gentes eram oriundas das zonas de Castro Daire, Viseu, Trás-os-Montes e centro do País. Nesta altura estava em grande actividade a fábrica dos Cartuchos “Quinta da Horta” que empregava gentes do Catujal, Unhos, Frielas, Camarate e Sacavém, na altura trabalhava-se de Segunda-feira a Sábado pois só se descansava nos Domingos, era nesta altura que a maioria dos Homens se juntava na ainda hoje Casa Canarim com perto de 100 anos de existência, normalmente por volta das 18horas e aos Sábados e Domingos depois da hora de almoço para ouvirem os relatos de futebol e também de hóquei patins. Era normal como em todas as terras criarem-se grupos de futebol cujas equipas se defrontavam entre si, estes jogos normalmente eram realizados nos campos do Frielas, Camarate e São João da Talha isto só no Verão. Aqui bem perto existia o Sacavenense que já tinha outra força como equipa federada na Associação de Futebol de Lisboa, e o pessoal deslocava-se a Sacavém para ver estes jogos. E foi assim que os mais novos criaram uma equipa de futebol com o nome “Sport Grupo Catujalense”, nos primeiros anos alugavam-se os equipamentos e lá se começou também a ganhar umas Taças ainda hoje existentes, durante os dias da semana discutia- se os resultados efetuados pois as tais peripécias eram sempre alvo de conversa. Já nos últimos anos da década de 50 lá se conseguiu comprar o primeiro equipamento, onde se manifestou o desejo que o equipamento fosse igual ao do Sacavenense. Há um facto real que quando chegámos á casa Sórios em Lisboa para levantar o equipamento estavam alguns Diretores do Sacavenense para comprá-lo, mas como só existia o que comprámos nós muito modestos como eramos dispensamos o equipamento para que aquele clube o pudesse usar no Campeonato da 3ªDivisão Nacional que era nada mais nada menos que o seu jogo de estreia naquela Divisão, foi um gesto bastante bonito da nossa parte e passados alguns dias então lá veio o tal equipamento para nós. Já bem nos finais dos anos 50 e com a vinda de outras gentes pensou-se então legalizar e registar o respetivo clube no Governo Civil mas com o nome de “Sociedade Recreativa Catujalense”, ficando com a data de 15 de Julho de 1959 e com o número de registo 526 estando na ideia de todos arranjar-se um local para sede social passou-se por três locais, ficando-se junto á Capela de Nossa Senhora da Nazaré na dita Rua da Fonte, os elementos ligados a esta ação foram José Guilherme “Zé Menino” como era conhecido, Luís Vilela, Joaquim Tavares e Joaquim Almeida e também já com a presença de Dionísio Marques da Silva um homem com muito conhecimento destes atos tendo sido por alguns anos Presidente da mesa da Assembleia Geral do Sport Grupo Sacavenense pois com toda a sua experiencia ensinou-nos as boas maneiras de saber dirigir os destinos da Sociedade Recreativa Catujalense com a ajuda do Sr.º Luís Gomes empreiteiro de obras lá se arranjou a nossa Coletividade, mesmo sem água e luz porque nada disto havia no Catujal realizavam-se grandes matinés dançantes e soirees á noite, os bailes eram realizados á luz de petromax. Na década de 60 chegou a luz elétrica ao Catujal com isto apareceu a televisão onde á noite todos assistiam. A partir daqui a nossa Coletividade passou a ser muito conhecida pelos grandes espetáculos dançantes destacando-se de muitas coletividades vizinhas. Nesta década de 60 mais concretamente no mês de Março de 65 formou-se o primeiro Grupo de Teatro Amador cujos fundadores serão mencionados mais á frente neste Historial, foi convidado para ensaiador o Sr.º Manuel Almeida que pertenceu ao Grupo de Teatro do Clube Sacavém de Baixo, o Grupo Cénico subiu á cena com 3 peças: “Fome e Honra”, “O Criado Distraído” e “ ATomázia”. Os nossos ensaios eram realizados num barracão ainda hoje existente na Rua das Bairradas muito perto do Municipal 1ºde Maio agora existente na Avenida das Forças Armadas. Outros Grupos se seguiram, com as peças da “Miséria á Loucura”, “Uma Sogra Modelo” e “ O Chauffeur Desastrado”. Nos anos 70 voltou no mês de Março de 1978 já com a vinda de alguns atores amadores chegados das ex-colónias com o serviço militar finalizado formou-se o maior Grupo existente ao serviço da nossa Coletividade. A peça em destaque foi o drama em 3 atos “O Filho Sozinho” de Francisco Ventura com três sessões seguidas com lotação esgotada e com as saídas á Apelação, Bairro das Sousas e Serra do Sobralinho. Aqui ficam os nomes de alguns atores que fizeram parte dos diversos Grupos Dramáticos começando por 1965, Manuel Almeida – Encenador, Daniel Alcoentre- Ponto e Cenógrafo, Alberto Santos, Joaquim Tavares, Vítor Figueiredo, Manuel Vilela, Paulino de Matos, Amílcar Almeida, Inês Martins, Glória Brito, Celeste Brito, Cecília Martins, Matilde Duarte, Joaquim Ferreira da Cruz, José Pêgo, António Pêgo, Alberto João, António Lucas, Irene Santos, Carla Vilela, Maria Helena, Zézinha, Leonor Almeida, Adolfo Vilela, Nelson Vilela, José Júlio, Carlos Alberto ”Kitas”, Idalina Pêgo, Rui Pêgo, Carlos Pêgo, Rui Gaio, Anabela Gaio, Ermelinda Duarte, Armindo Cruz, Sílvia Cruz, Fátima Cardoso, Carlos Alberto. Todos estes nomes fizeram parte dos Grupos Dramáticos da Sociedade Recreativa Catujalense. O último grupo dramático surgiu em 1987 com a comédia “A Prima Eugenia” e o drama “Noite de Natal”. Um dos maiores feitos alcançados na história desta coletividade foi a subida da equipa de Juniores à Divisão de Honra na época 2009/2010. Hoje atravessamos um período difícil sem sede própria por motivos de desmoronamento da mesma, estamos situados no Municipal 1ºde Maio gentilmente cedido pela Câmara Municipal de Loures e Junta de Freguesia de Unhos, temos terreno para a construção de uma nova sede, estamos no ativo com 6 equipas de futebol Juvenil já com alguns créditos firmados para uma Coletividade de Cultura e Desporto com cerca de 53 anos de existência. Somos Sociedade Recreativa Catujalense. Historial elaborado por: Manuel Vilela e Alberto Santos “O Camarranjo” Registo em computador por: André Barroquinho Catujal, 26 de Fevereiro de 2013 Our Story ATENCAO : Tem matérial de escrita
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(Decrypt)
Áeiber