É entre as Lagoas do Marinho e o Couce que existe a maior concentração de currais.
São cerca de duas dezenas de currais, todos eles com os respetivos abrigos dos pastores (denominados de cortelhos) e rodeados por muros para o gado (as bezerreiras). São sinais bem marcantes da presença secular do Homem nesta serra do Gerês.
Com exceção da cabana das lagoas - Cabana da Penedã ou Penedém (agora com comodidades nunca vistas noutras cabanas do PNPG) - todos os abrigos que encontramos estão praticamente no seu estado primitivo.
E é nos Currais do Couce que vemos cerca de 10 currais divididos entre a margem direita e esquerda da Ribeira de Couce. É esta ribeira que vai "alimentar" a Ribeira de Sabroso, afluente do Rio Cabril.
E também aqui, contrariando a concentração de abrigos dos pastores, vê-se, no local da etapa 2, o que resta de uma grande casa, ainda com as paredes delimitadoras bem definidas. Segundo informação prestada por um pastor, aqui habitava uma família dedicada ao pastorício e agricultura (cultivo de centeio). Consta-se que, nos inícios do século XX, serviu de abrigo a um padre monárquico que teve de fugir após a implantação da República. Esta casa teria sido também habitada pelo povo da freguesia de Cabril, designadamente pelos caçadores de lobos e corços.
Podemos ver no local do PZ final uma enorme eira, implantada numa laje plana de granito, onde os cereais eram malhados e peneirados, depois de colhidos, com vista a separar a palha e outros detritos dos grãos de cereais. Os muros delimitadores serviam para proteger a colheita dos animais.
Achamos interessante conhecer e dar a conhecer estes currais e a área envolvente, motivo pelo qual colocamos aqui esta multi cache.
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