Rio Frio ocupa um território constituído por 5 200 hectares, junto ao Estuário do rio Tejo e integra os municípios de Palmela, Alcochete e Montijo.
Já foi uma herdade de referência em Portugal, nos séculos XIX e XX, no que respeita à produção agrícola.
Chegou a deter uma vinha de 4 000 hectares considerada a “maior vinha continua do mundo” com 10 milhões de cepas e com uma produção anual de 30 a 35 mil pipas de vinho.
Todo o vinho era canalizado através de tubagens subterrâneas de vasos comunicantes até ao cais da «Vala dos Barcos». No cais existia a chamada “Casa da Balança”onde se processava a operação de enchimento e pesagem do vinho nas cartolas. O vinho era então depois carregado num batelão. Ao longo de todo o trajeto até ao local chamado “Baliza”o batelão era puxado por quatro pessoas, duas de cada lado da vala. Era neste local que o vinho era mudado para barcos à vela já no Rio das Enguias ou “Vala da Maré” onde era transportado até à cidade de Lisboa.
Foi, como o atestam ainda alguns dos equipamentos existentes, das primeiras explorações agrícolas do país a introduzir a energia elétrica e os mais completos e sofisticados equipamentos de vinificação e transformação agrícola.
O Monte de Rio Frio foi sendo assim organizado como um complexo auto suficiente com lagares, adegas, destilaria, moagem, fábrica de descasque de arroz, cais de embarque do vinho, vala do vinho, hospital, padaria, escola, posto de GNR, cavalariças, picadeiro, residências dos trabalhadores, etc.
A forte vivência agrícola e social foi perdendo fulgor ao longo da segunda metade do século passado, encontrando-se agora grande parte das suas instalações sem utilização e mesmo em ruínas.
