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Um terraço sobre o rio EarthCache

Hidden : 7/26/2018
Difficulty:
2 out of 5
Terrain:
1.5 out of 5

Size: Size:   other (other)

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Geocache Description:


              

A Earth Cache está inserida na magnifica paisagem que rodeia a barragem de Belver e mais concretamente junto da cuidada praia fluvial da freguesia de Ortiga, já em plena foz da Ribeira d´Eiras que neste local desemboca no rio Tejo. 

Esta Earth Cache tem enquadramento no âmbito da geomorfologia em ambiente fluvial e pretende dar a conhecer de forma simples um fenómeno específico e particularmente presente na região da incisão fluvial do tejo que se designa por terraço fluvial.

 

A Earth Cache:

No Gz estarás posicionado junto dos depósitos detríticos do Cenozoico (podes verificar a sua natureza visitando a EC GC7V3F6 aqui bem próximo!) e que, neste local específico, exibem a vertente geomorfológica que esta E.C. procura destacar:  No GZ e voltado a noroeste podes observar o talude que assinala o limite de um terraço fluvial.

O teu log é muito bem-vindo, mas deverás responder às questões abaixo via mail do meu perfil para validação do mesmo. Não esqueças que de acordo com a alteração das guidelines (jun. 2019) o teu log só será válido com o envio de uma foto comprovando a tua presença no local que pode ser do teu gps, nick escrito num pedaço de papel ou algo similar:

P1: Quantos metros de altura estimas que tenha o talude do terraço fluvial?

P2: O terraço fluvial apresenta inclinação simétrica ou tem trechos de inclinação mais abrupta?

P3: No local como classificarias os sedimentos presentes no talude: coerentes ou não coerentes?

P4: Agora que observaste o talude do terraço, desloca-te uns metros para a beira do rio e observa o talvegue e o seu embasamento, ou rocha base. Com base na figura 2 e na listing, como classificarias este terraço fluvial?  

Espero que aprecies a Earth Cache e o sítio geologicamente muito recente de um segmento típico de paisagem fluvial. O local decerto é aprazível, postado na embocadura da ribeira D`eiras que aqui arremete contra o Tejo represado, um pouco mais adiante, pela Barragem de Belver e decorado com uma bonita praia fluvial com estrutura de apoio, incluindo wi-fi.

                                                  Estrutura da listing:

                                 . Breve enquadramento geológico da região

                                 . Os depósitos detríticos do Cenozoico e Quaternário

                                 . Terraços Fluviais, breve introdução

                                 . Síntese da formação das rochas sedimentares

Breve enquadramento geológico da região

              

Do ponto de vista da área abrangida, destacamos as características gerais da região entre Vila Nova da Barquinha e Belver onde se destacam três unidades litológicas:

  1. O substrato mais antigo do Eonotema Precâmbrico (4600 a 635 Ma atrás) representado por gnaisses e sedimentos metamórficos que deram origem a um complexo xistoso.
  2. O Maciço Hespérico, unidade geomorfologica das mais antigas da Península Ibérica, correspondendo a uma antiga  cordilheira formada após a colisão da Laurásia e Gondwana durante o Paleozóico (485 a 419 Ma  atrás), constituída sobretudo por xistos, granitos e quartzitos.
  3. O substrato atribuído ao Cenozoico (66Ma atrás até à atualidade), representado por depósitos detríticos de idade miocénica (aprox 23Ma atrás) e pliocénica (aprox. 3Ma atrás), a par dos depósitos fluviais quaternários e aluviões recentes do holocénico.

Do ponto de vista tectónico, a existência de falhas com alinhamento NNE – SSW servem de instalação aos cursos de água e definem um padrão de drenagem resultante desse controlo estrutural que potencia a criação de vales de fratura que definem o encaixe do rio Tejo, um dos principais catalisadores do relevo nesta região contribuindo decisivamente para a definição geológica de uma paisagem fluvial.

Os depósitos detríticos do Cenozoico

Uma das unidades litológicas de destaque na região, conforme já demos conta, são os substratos detríticos do Cenozoico onde se integram os conglomerados de Mação que, conforme é possível observar neste local bem como noutros, ocupam a superfície imediatamente antes do encaixe hidrográfico e constituem os primeiros níveis de enchimento da bacia. Ainda do Cenozoico, mas  de época ainda mais recente (quaternário) e na sequência geológica natural dos acontecimentos, aí se encontram também expostos depósitos detríticos que formam verdadeiros terraços com taludes bem pronunciados que se designam por terraços fluviais

Terraços fluviais, breve introdução

Terraços fluviais são constituídos por sedimentos aluviais (sedimentos provenientes de outros locais e que sofreram transporte até novo local de deposição). Representam antigas planícies de inundação que perderam esse estatuto por terem sido abandonadas (pelo rio, entenda-se!). Este "abandono" ocorre dado o aumento da profundidade do canal ou talvegue do rio cujo leito corre a cotas mais baixas. Limitados por uma escarpa que delimita a planície de inundação, os terraços localizam-se acima do atual curso de água não sendo atingidos pela mesmo incluindo em épocas de cheia.

Na verdade, a existência de um terraço fluvial dá testemunho de um rio que, no passado, corria a uma altura mais elevada e essa transformação “…resulta da acção de fenómenos de deposição, de erosão e incisão e que são influenciados pelas oscilações eustáticas (oscilações do nível do mar), oscilações climáticas e pela tectónica regional” (ROSINA, 2011). 

              

Poderemos dizer que no decurso do tempo o rio modela a superfície da planície escavando-a lentamente promovendo a erosão lateral e a deposição. Posteriormente quando abandona a planície, em função da incisão vertical que se vai aprofundando, fica criado um novo nível de planície mais baixo do que o anterior.

No novo nível de planície rebaixado e onde agora corre o leito do rio, mantem-se a disposição para a erosão e transporte para jusante. Já no nível de planície anterior, soerguido e fora da área de captura da energia do rio, resta uma margem de depósitos, ou seja, um Terraço Fluvial.

Entre os principais arranjos morfológicos de terraços fluviais destacam-se dois casos distintos conforme ilustra a Fig.2 abaixo:

              

- Terraço Fluvial integralmente embutido

- Terraço Fluvial  escalonado

Quando integralmente embutido, o material detrítico aluvial do terraço mais antigo recobre toda a superfície rochosa do fundo do vale. Neste caso, debaixo dos sedimentos mais novos ocorrem depósitos mais antigos preservados. O talvegue encontra-se no interior da antiga deposição aluvial.

Quando escalonado, os rebordos são formados pelas camadas antigas de aluviões e pelo afloramento da rocha. Neste caso os depósitos mais recentes, estão imediatamente assentes sobre as rochas regionais mais antigas indicando predominância do entalhamento no transcurso da evolução.

Síntese da formação de Rochas sedimentares

Na formação de rochas sedimentares ocorrem alguns processos fundamentais:

- a sedimentogénese que compreende o processo de meteriorização, transporte e deposição dos sedimentos.

- a compactação que por via do peso acumulado pressiona os sedimentos a reagruparem-se até diminuírem a sua porosidade e conteúdo em ar e fluídos.

- a cimentação em que alguns desses sedimentos de menor granulometria e transformados quimicamente como as siltes e as argilas acabam por unir os sedimentos maiores, formando o cimento 

 - a diagénese que compreende o processo de compactação e cimentação.

Findo este processo considera-se formada uma rocha sedimentar consolidada. 

As rochas sedimentares também têm uma tipologia de acordo com a origem dos sedimentos podendo ser:

- de origem química - formam-se por precipitação de minerais em solução;

- biogénicas - que resultam da consolidação de restos de seres vivos;

- detríticas, também designadas clásticas - que resultam de sedimentos sólidos provenientes de outras rochas.

No caso particular das rochas detríticas que se enquadram nesta EC poderemos ainda classificá-las entre:

- detríticas não-consolidadas ou não-coerentes e,

- detríticas consolidadas ou coerentes.

As rochas detríticas consolidadas ou coerentes têm os clastos agregados, isto é, apresentam-se já algum nível de cimentação seja por areias, arenitos, argilas ou siltes e podem ser classificados como brechas ou conglomerados dependendo da morfologia dos clastos.

As rochas detríticas não consolidadas ou não coerentes apresentam os clastos soltos, sem qualquer agregação ou adesão, isto é, não apresentam qualquer nível, mesmo primário, de agregação por um cimento.

Fontes:

Património Geológico entre Vila Nova da Barquinha e Belver – as rochas, as paisagens, o rio e o Homem. Geological Heritage from Vila Nova da Barquinha to Belver – rocks,

landscape, riverside and Man

Almeida, Mónica C. D. L. (Mestrado C.T. V., Fac.Ciências, Univ. Lisboa)

Pimentel, Nuno L.V. (Dep. e Centro de Geologia, F.C.U.L.)

Azevêdo, M. Teresa Mira de (Dep. e Centro de Geologia, F.C.U.L.)

Cronologia das fases mais antigas do encaixe fluvial do Tejo em Portugal

Jorge Miguel Matos Cristovão

 

/p> Official EarthCache

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