José Joaquim Fialho da Mota Caria, nasceu no dia 14 de Dezembro de 1926, em Aldegalega (Montijo).
Enquanto exerceu a sua profissão de mediador de seguros, José Joaquim Fialho da Mota Caria foi um profissional aplicado, simpático e simples no trato com os outros. Como amante da sua terra e das suas gentes nunca foi indiferente à coisa pública, pelo que exerceu o seu primeiro mandato de vereador entre 2 de Janeiro de 1964 e 31 de Dezembro de 1967 e o segundo entre 2 de Janeiro de 1968 e 31 de Dezembro de 1971.
É do conhecimento público o exercício das suas funções no Pelouro da Toponímia, onde realizou um trabalho metódico e objectivo, que ainda hoje é reconhecido por todos aqueles que se interessam pela cultura.
"Sou poeta sem culpa, nasci assim". Foi com esta frase que, em sua casa recostado na cadeira em frente à sua secretária no solarengo e acolhedor escritório com a janela virada para o Parque Municipal, José Joaquim Caria dava a sua última entrevista, neste caso à revista Municipal, em Abril de 2008.
Na qualidade de poeta, editou os seguintes livros de poesia: "Refracção " (1973), "Pedras Soltas " (1978) e "Mosaicos: Quadras" (1985). Alguns dos seus melhores escritos perduram em poemas simples e belos nos jardins da cidade de Montijo.
Como cronista deixou a sua marca nos jornais locais "A Província e a "Gazeta do Sul". A sua apurada sensibilidade cultural levou-o, em co-autoria com o Maestro Humberto de Sousa, a planear, promover e gerir um amplo leque de actividades culturais no concelho de Montijo, bem como a fundar o "Grupo Cénico Montijense" e, anteriormente, a "Parada da Alegria". O Grupo Cénico Montijense e a Parada da Alegria exibiam os seus espectáculos com grande êxito, tanto no Montijo como na região, destinando-se as receitas dos espectáculos a financiar as festas populares de São Pedro. Com Humberto de Sousa organizou as "Marchas Populares do Bairro dos Pescadores, em 1956, tendo também escrito a letra do “Fado do Montijo", em 1955, musicado pelo seu amigo Humberto de Sousa.
Inspirado pelo anúncio da passagem da vila de Montijo a cidade em 1985, escreveu sobre esse momento um sentido poema.
José Joaquim Fialho da Mota Caria recordava-nos que “um homem é duas datas: a data em que nasce e a data em que morre". Faleceu no dia 3 de Agosto de 2011.
Entre estas duas datas (14 de Dezembro de 1926 - 3 de Agosto de 2011) decorreram mais de 84 anos e, neste espaço de tempo, este ilustre filho da nossa terra dedicou toda a sua vida a servir os outros, contribuindo com a excelência do seu trabalho para a promoção da cultura e da identidade da sua terra.
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