Melides
Os primeiros dados conhecidos sobre o passado de Melides remontam ao séc. XVI. Por um lado existem, na Chancelaria da Ordem de Santiago, alguns documentos relativos à igreja de Santa Marinha, datados dos primeiros anos desse século. Por outro sabemos que, junto à mesma, existia um porto piscatório, sendo a barra navegável, para embarcações de reduzido calado, até à ponte sobre a ribeira, conhecida por Ponte de Ferro.
Fernão Mendes Pinto, na sua obra Peregrinação, refere-se à praia de Melides relativamente ao ano de 1523, contando que foi numa noite ali largado por corsários franceses, que haviam abalroado a nau em que seguia para Setúbal.
A aldeia de Melides deve ter surgido como um pequeno aglomerado de pescadores/agricultores que, gradualmente, terão concentrado as suas habitações, antes dispersas. A ligação económica destes à barra, parece-nos indubitável e o primeiro oráculo, Santa Marinha, é disso prova. Segundo o padre António de Macedo e Silva na sua obra Anais do Município de Santiago do Cacém (1869), a paróquia de Melides terá sido erigida entre o final do século XV e o início do XVI.
O seu topónimo poderá ter origem no latim militi (militar) e, como curiosidade, há a referir a existência de duas povoações denominadas Melide, situando-se uma em Espanha, na Galiza, e outra na Suiça, junto ao lago Lugano.
Tendo a barra assoreado, na segunda metade do século XVI, os habitantes de Melides, cujo número aumentou progressivamente, dedicaram-se, fundamentalmente, ao cultivo da terra e actividades artesanais, como sejam a olaria e a feitura de rolhas de cortiça.
No séc. XVIII, pelo facto da igreja de Santa Marinha ser pequena e estar localizada fora do povoado, foi construída a igreja de São Pedro, que havia sido, primitivamente, uma ermida da mesma invocação.
Aquando das invasões perpetradas por Bonaparte, chegaram a encontrar-se em Melides 1500 homens em armas, tendo sido a aldeia um ponto estratégico na defesa avançada de Santiago do Cacem.
Até 1855 a freguesia pertenceu, ininterruptamente, ao concelho de Santiago do Cacém. Depois de duas reformas administrativas e de diversos problemas que a questão suscitou no meio local, passou a integrar o concelho de Grândola em 1895.
No século XIX habitaram em Melides famílias de certo lustre, como sejam os Carrilhos, Costas Silvas e Sabidos, das quais podem ser vistos alguns mausoléus no cemitério de Santa Marinha e uma campa epigrafada na capela-mor da igreja de São Pedro.
Património
No âmbito do património natural salientam-se, pela importância dos habitats que constituem, a Lagoa de Melides, a orla costeira e os montados de sobro.
No que concerne ao património cultural e edificado há que referir, antes de mais, que em Melides abundam vestígios arqueológicos de diversos períodos históricos. Pelo interesse que revelam refiram-se os seguintes: Dólmen da Pedra Branca localizada na Herdade do Montum, em Vale Figueira, que se encontra classificado como património de Interesse Público; Necrópole de cistas das Casas Velhas localizada na Herdade das Casas Velhas em Vale Figueira, classificada como imóvel de Interesse Público.
São ainda aconselhadas as seguintes visitas: núcleo urbano antigo da aldeia, onde se observam alguns imóveis dos séculos XVIII e XIX, com janelas de sacada e varandas de ferro forjado; ruínas da igreja de Santa Marinha (finais do séc. XV – inícios do XVI), onde são ainda visíveis botaréus de invulgar dimensão; igreja de São Pedro (sécs. XVII – XVIII) que conserva elementos de interesse como o teto em abobada da capela-mor, um lavabo em pedra, na sacristia, ostentando a cruz da Ordem de Santiago e imaginária coeva; a olaria do mestre Chico, sendo digno de registo o forno de características tipicamente romanas; conjunto molinológico da Boavista (moinhos de vento), de onde se desfruta uma vastíssima paisagem; fonte dos Olhos com parque de merendas. Trata-se de uma copiosa nascente que abastece de água a aldeia e parte da freguesia, sendo a sua envolvente muito aprazível.
Fonte: http://www.cm-grandola.pt/pages/485
Igreja de São Pedro
Edifício térreo, com cobertura de duas águas e campanário saliente rematado por cinco cornijas, quatro janelas sineiras, três sinos, e um relógio com dois mostradores em mármore (um na fachada principal e outro na fachada lateral direita). Na fachada principal podem observar-se uma porta rectangular em madeira, um rodapé em azulejos, uma janela (com três frestas) e um cruzeiro em pedra incrustado na torre sineira.
De planta longitudinal, a Igreja é composta por um vestíbulo (localizado sob o coro) com três portas e duas salas laterais, a do lado direito dá acesso à torre sineira. No seu interior podem ver-se: um coro alto (com escada), uma capela lateral à esquerda, uma porta que dá acesso à antiga capela mortuária e um transepto saliente (que do lado direito serve de baptistério).
A cabeceira, retangular, tem em primeiro plano o altar-mor, e na retaguarda duas salas. No ângulo direito do altar-mor existe uma pedra sepulcral com o nome de Maria Felizarda da Costa e Silva (falecida em 2 de Fevereiro de 1833) e no lado esquerdo há uma porta que dá acesso à sacristia, que tem um lavabo antigo, em pedra, com o hábito da Ordem de Santiago.
Igreja de Santa Marinha
Sede da paróquia de Melides até ao último quartel do século XVII, a Igreja de Santa Marinha é uma edificação de piso térreo, com “telhado” de duas águas, três botaréus a sul, uma pequena torre sineira na parede sul (sem sino) uma porta e uma janela na fachada principal e outra porta e duas janelas na parede sul. Do lado norte tem uma sacristia com duas portas. O seu interior, de uma nave, está dividido em corpo da Igreja, e tem à esquerda a base de um púlpito e à direita um nicho, e em capela-mor, com três nichos e uma porta de acesso à sacristia.
Construída, provavelmente, nos derradeiros anos do século XV, a Igreja de Santa Marinha foi objecto de várias intervenções. É provável que tenha sido ampliada no século XVII ou XVIII, e são bem visíveis os indícios de um anexo entre dois botaréus da parede sul. O seu abandono data da segunda metade do século XIX.
Conjunto Escultórico "A Cultura saiu à rua num dia assim"
Conjunto escultórico que consta de várias pilhas de livros com títulos e desenhos nas capas e lombadas, executado em mármore creme de Vila Viçosa e de alguns bancos dispersos entre os livros (similares aos tradicionais de madeira), construídos em aço corten de cor ferrugem. A propósito deste conjunto refere o escultor: “… É um convite à leitura e à tertúlia misturadas com o lazer, uma vez que se espera que as pessoas ali se sentem e que as crianças brinquem por entre os bancos e os livros. A intenção é criar um espírito de interatividade que se estabeleceu entre mim e a matéria-prima, ao executar a obra. Este conjunto escultórico não deixará de provocar algum impacto visto ser pouco comum depararmos com pilhas de livros amontoados numa praça pública, sujeitos à ação do sol, do vento e da chuva; é quase como andarmos de pijama na rua. Mas a cultura sai à rua em dias assim.”
Situado na Rua Nova (em frente à Igreja de S. Pedro) da aldeia de Melides é permanentemente visitável.
Inaugurada a 25 de Abril de 1999.
Escultor: Isaque Pinheiro.
A CACHE
O objectivo desta multi-cache é dar a conhecer a bonita aldeia de Melides e o percurso do cortejo fúnebre que se inicia na Igreja de São Pedro até ao local de repouso final.
P.S: O container foi aproveitado das instalações vizinhas
Etapa intermédia
As coordenadas publicadas são do ponto inicial desta Multi-cache, para encontrar o ponto intermédio desta cache é necessário recolher alguns dados:
A - Número de bancos situados no recinto do Conjunto Escultórico “A cultura saiu à rua num dia assim”
B - Número de frestas da janela localizada na fachada principal
C - Quantas árvores se encontram no recinto do Conjunto Escultórico “A cultura saiu à rua num dia assim”?
D - Número de relógios na torre
E - Número de livros existentes no recinto do Conjunto Escultórico “A cultura saiu à rua num dia assim” multiplicado por 0
Depois de encontrados os respectivos valores é só substituir nas coordenadas:
N 38º 08.(A+B)(A+C)(B+C)
W 008º 44.ED(A+D)
Etapa final
Chegou ao local? Óptimo... Está quase a encontrar as coordenadas finais só tem que recolher mais estes valores:
A - Número de azulejos na quarta fila horizontal
B - Número de letras da 6ª palavra
C - Número de árvores no mural
D - Número de letras da 3ª palavra
Agora é só substituir nas coordenadas finais e divirtam-se (como é habitual sejam discretos, respeitem o local, deixem a cache bem escondida e em boas condições) :)
N 38º 08.(ABB)+20
W 008º 44.[(A-B)DC]-10
PS: Agradecemos que não publiquem fotos do container :)