Situado na freguesia de Oliveira do Castelo, em Guimarães, distrito de Braga, encontra-se o Castelo de Guimarães, o local onde em 1112 nasceu D. Afonso Henriques, o 1º rei de Portugal.
Não se sabe muito bem em que ano foi construído o primeiro edifício neste local, mas sabe-se que, em finais do século IX, as terras de Vimaranes foram outorgadas a Diogo Fernandes, um cavalheiro castelhano que aí se veio a estabelecer. Mais tarde, estes domínios viriam a ficar na posse de Mumadona Dias, sendo provável que o primitivo castelo tenha sido construído nessa época. Em 950, as terras de Vimaranes viriam a ser divididas pelos seis filhos de Mumadona Dias.
Nessa época, a povoação de Vimaranes encontrava-se dividida em dois núcleos, um no topo e outro no sopé do Monte Largo, mas estava vulnerável às investidas quer dos muçulmanos, quer dos normandos. Por isso, é que o castelo foi construído no topo do Monte Largo, com o objectivo de recolher e defender o povo, em caso de necessidade. O castelo foi erguido invocando São Mamede e era muito simples, tendo apenas uma torre envolta em uma cerca.
Passado pouco mais de um século, entre os domínios que o rei Afonso VI de Leão e Castela concedeu a D. Henrique de Borgonha e a sua esposa D. Teresa de Leão e que compunham o Condado Portucalense, estava a povoação de Vimaranes com o seu Castelo, sendo precisamente esse o local escolhido pelo casal para viver. Nessa altura, o antigo edifício e a sua cerca foram demolidos, dando origem à imponente Torre de Menagem que ainda aí se encontra, sendo também reforçado e ampliado o seu perímetro defensivo.
Castelo de Guimarães e o Reino de Portugal
Em 1127, D. Afonso Henriques e as suas forças resistiram aí às forças de Afonso VII de Leão e Castela. No ano seguinte, mais precisamente em 24 de junho de 1128, D. Afonso Henriques venceu aí as forças da sua mãe, D. Teresa, dando assim origem ao novo reino, o reino de Portugal.
Já entre o final do século XII e o início do século XIII, o rei D. Sancho I definiu os limites da vila, dando assim, início à construção das muralhas. Em meados desse século, já debaixo do reinado de D. Afonso III, ficou definido o traçado definitivo das muralhas que passaram a unificar a vila do Castelo, no topo do Monte Largo, e a vila de Santa Maria, no sopé. As muralhas ficaram concluídas já no início do século XIV, no reinado de D. Dinis.
As muralhas viriam a ser reforçadas já na segunda metade do século XIV, no reinado de D. Fernando, para proteger a vila das investidas do rei D. Henrique II de Castela, que começava a invadir Portugal desde o Minho, tendo já conquistado a vizinha Braga.
Em 1389, o rei D. João I unificou as comunidades alta e baixa da povoação de Vimaranes, juntando-as sob um único concelho ao qual passou a dar o nome de Guimarães. Nesta altura, a muralha contava com um perímetro de 2Km, sendo rasgada por oito portas e reforçada por oito torres.
Com os avanços tecnológicos e os progressos militares, o Castelo de Guimarães começou a perder a sua importância militar e a ser relegado para segundo plano, passando a abrigar a Cadeia Municipal, no século XVI. No século seguinte, o castelo passou a assumir a função de palheiro do rei, começando assim a sua ruína. Em meados do século XIX, a Torre de São Bento foi mandada demolir.
Em 1853, Guimarães foi elevada a cidade pela rainha D. Maria II, sendo mais tarde, em decreto publicado a 19 de março de 1881, o Castelo classificado como “Monumento Histórico de 1ª Classe”, o primeiro da região do Minho.
Já no século XX, o Castelo de Guimarães foi classificado como Monumento Nacional, nos anos de 1908 e 1910. Em 1937 deu-se início a uma extensa campanha de intervenção para a recuperação do Castelo e das Muralhas, vindo o Castelo a ser reinaugurado em 4 de junho de 1940, para as comemorações do VIII Centenário da Fundação da Nacionalidade. Obras menores foram realizadas mais tarde em 1966, 1981 e 1986. Atualmente, o Castelo de Guimarães encontra-se aberto ao público.