Parque Natural das Serras de Aire e Candeeiros (PNSAC). Percurso pedestre de Pequena Rota PR5 (PMS) - Castelejo, no concelho de Porto de Mós. Enquadramento - planalto de Santo António, abrangendo três formas geomorfológicas notáveis, a depressão de Alvados, o Castelejo e a Fórnea.
Este percurso percorre a parte norte do planalto de Santo António, uma unidade geomorfológica perfeitamente individualizada, limitada a oeste e na direção NNE pela falha da Mendiga e no sentido NO-SE pelas falhas de Alvados /Mira de Aire, sendo uma zona de grande interesse natural, pela variedade de coberto vegetal e pelos diferentes aspetos geomorfológicos que apresenta.
A grande riqueza de biótopos - matos, escarpas, olival, zona urbana e carvalhal - permite a existência de uma avifauna (i.e. de aves) diversificada onde se salienta o falcão-tagarote ou ógea (Falco subbuteo), a codorniz (Coturnix coturnix), o papa-figos (Oriolus oriolus) e o tentilhão-comum (Fringilla coelebs).
A depressão de Alvados, na qual se desenvolve a povoação com o mesmo nome, é uma zona agrícola de sequeiro, onde o olival tradicional se impõe. Criada entre 1555 e 1559, a freguesia de Alvados produzia, nos anos 50-60 do séc. XX, cerca de 200 mil litros de azeite por ano.
A Costa de Alvados é uma vigorosa escarpa de falha com desníveis que atingem 300 m em relação ao fundo plano da depressão de Alvados. Apresenta uma forma bastante retilínea apenas interrompida junto à sua extremidade NO pela entrada para a Fórnea. Nesta zona, pode observar-se uma avifauna essencialmente ligada a zonas rochosas como a gralha-de-bico-vermelho (Pyrrhocorax pyrrhocorax), o peneireiro-comum ou de-dorso-malhado (Falco tinnunculus) ou o chasco-ruivo (Oenanthe hispanica).
A depressão de Alvados originou-se devido à tectónica, pelo abatimento de terrenos através de grandes falhas. Formou-se, deste modo, uma área de depressão definida em relação a dois grandes compartimentos elevados:
à esquerda, o planalto de Santo António, com o qual contacta através da imponente Costa de Alvados; e
à direita, o planalto de S. Mamede, com o qual contacta através de uma escarpa de falha de menor importância geomorfológica, a Pena da Falsa.
Aqui nidificam algumas aves de rapina, como o peneireiro-comum ou de-dorso-malhado (Falco tinnunculus) e a coruja-das-torres (Tyto alba).
Pontos de interesse
Pólo de Animação de Alvados - O Centro de Actividades de Ar Livre de Alvados constitui uma estrutura de apoio ao desenvolvimento de actividades desportivas, vocacionadas para o contacto permanente com a natureza, proporcionado pela excelente ”instalação desportiva natural de ar livre” que é a depressão de Alvados. Passeios pedestres, bicicletas de montanha, pára-pente, espeleologia, orientação ou simplesmente marcha são actividades que poderá iniciar ou desenvolver a partir deste centro de lazer.
Lagoa de Alvados - O parque de merendas junto à lagoa constitui uma paragem obrigatória para a observação de toda a paisagem envolvente, antes de iniciar a subida íngreme da Costa de Alvados. Esta pequena lagoa constitui um importante ponto de água para os usos agrícolas e para a fauna selvagem.
Costa de Alvados - a subida íngreme até ao cimo da escarpa da Costa de Alvados, possibilita uma vista inigualável de toda a paisagem circundante.
Chainça e Covões Largos - chegados(as) ao topo da subida, a paisagem muda por completo, passando os muros de pedra solta, que delimitam as áreas de pastagem, a dominar a paisagem. Chainça, e um pouco mais à frente Covões Largos, são dois pequenos aglomerados de características marcadamente serranas, implantados em pequenas depressões ou dolinas - os covões, na toponímia popular, formas cársicas resultantes da dissolução das rochas calcárias pela acção da água.
Vale da Canada - depois de atravessar a zona de planalto inicia-se a descida do Patelo, pelo Vale da Canada. Ao fundo, a imponente silhueta do Castelejo, uma das maiores e mais importantes escarpas de falha do Maciço Calcário, não só em termos geomorfológicos mas também do ponto de vista faunístico (i.e. das espécies animais) e paisagístico.
Carvalhal de Orçário - ao longo do percurso podem ser observados alguns núcleos importantes de carvalhal (Quercus faginea - carvalho-cerquinho), nomeadamente o carvalhal de Orçário, na descida para Alvados.
Alvados - nesta povoação vale a pena uma visita ao artesanato local e uma observação atenta de alguns belos exemplares de arquitectura tradicional, recentemente recuperados.
Tipo de percurso: Circular, pedestre
Extensão aproximada: 15 Km
Duração aproximada: 4 Horas
Ponto de partida: Igreja de Nossa Sra. da Consolação - Alvados
Ponto de chegada: Igreja de Nossa Sra. da Consolação - Alvados
Tipo de piso: caminhos de terra batida, careteiros, troço alcatroado
Grau de dificuldade: médio / alto
|