O dia 3 de outubro de 1974 amanheceu, como um típico dia de outono, nublado e com uma leve brisa. Por volta das 10:30, começou a chover.
Na Casa da Ribeira a chuva começou a tornar-se muito forte, passando a chuva torrencial.
Por volta das 12:00 a principal ribeira que atravessa o centro desta localidade, começou a transbordar, inundando os caminhos, entrando água, pouco tempo depois, em muitas das casas, em algumas a água foi quase até ao teto, encharcando e destruindo os poucos haveres que a maioria das famílias possuíam nessa época.
Muitos habitantes tiveram de abandonar as suas casas e procurar refúgio em terras mais altas ou em casas de dois pisos.
A escola pública, da Casa da Ribeira, encontrava-se a ser construída, os trabalhadores estava a almoçar numa pequena barraca, onde se arrumavam os utensílios e materiais da obra e cujo terreno fazia fronteira com a ribeira. Alertados pelos gritos de uma pessoa que morava defronte, conseguiram fugir para o telhado da escola, vendo pouco depois a barraca e todo o seu conteúdo ser levado pelas águas.
Deste fenómeno da natureza, apenas se conta uma vítima mortal, um distribuidor de bens alimentícios pelas “vendas” que existiam na altura em todas as freguesias. Ao passar pelo local do Belo Jardim, junto de uma ponte de umas das artérias da ribeira e ao se aperceber que não conseguiria passar, abandonou a viatura e tentou trepar um muro para se proteger. Contudo foi levado pela força brutal da água.
Ao fim de algumas horas, a chuva parou, o caudal da ribeira baixou, deixando a descoberto um rasto de destruição, muros e caminhos partidos, casas e pertences de algumas de algumas pessoas totalmente inundados.