OUTROS NOMES:
Sobro, Sobreira (o), Sovro, Sovereiro,Sôvero
GERAL:
Árvore de porte mediano que pode atingir 20 m de altura com copa ampla e pouco densa. O tronco tortuoso é ramificado em grossas pernadas e revestido por casca acinzentada, algo enegrecida, espessa e fendida: a cortiça. As folhas são persistentes.
FOLHAS:
Ovadas, alternas, simples normalmente denticuladas; com 2 a 10cm de comprimento, verde-escuras e glabrescentes na página superior e cinzento-tomentosas (tem uma cobertura de finos pelos brancos) na inferior, persistentes.
FLORES:
Floração de Abril a Junho e parcialmente no Outono. As flores masculinas no extremo dos raminhos do ano anterior e as femininas na parte superior do raminho do ano, ambos em amentilhos verde-amarelado.
FRUTOS:
A bolota, oval comprido com ponta coberta de veludilho, atinge a maturação no Outono, evoluindo de verde a castanho-avermelhada na maturação, com uma cúpula coberta de escamas triangulares, curtas e imbrincadas.
Frutifica desde os primeiros anos.
GOMOS:
Globulosos e pequenos, cobertos de escamas tomentosas.
CASCA:
Ritidoma suberoso grosso e gretado - Cortiça - tornando-se liso e amarelado ou avermelhado nos troncos descortiçados.
ECOLOGIA:
É chamada uma "árvore de plena luz". Tolera climas com períodos estivais secos e pluviosidade baixa, aprecia no entanto um teor médio de humidade do ar e do húmus, suportando mal as geadas; desenvolve-se bem em todos os solos de textura leve a média e pH ácido ou neutro,mas evita os calcáreos.
Não vai além dos 500 m de altitude.
Renova bem pelo cepo.
Vive cerca de 300 anos.
DISTRIBUIÇÃO:
Originária do Oeste da Região Mediterrânica: Portugal, Espanha, França, Itália, Argélia e Marrocos.
É uma árvore comum em todo o País, com grande frequência a sul do Tejo onde surge na forma de montados,e esporádica no Norte. Ocupa extensos povoamentos, na parte Oeste do Alentejo, bacia do Tejo e Terra-Quente de Trás-os-Montes. Está frequentemente associada à azinheira e ao carvalho cerquinho, mas também existe em matas estremes (onde só habita uma espécie) - montados de sobro.
Os "montados de sobro", como "os montados de azinho" encontram-se geralmente em associação com uma outra cultura ou pastagem. Existe também em povoamentos mistos com azinheiras.
UTILIZAÇÃO:
Muito importante pelo valor comercial da cortiça.
Oferece uma boa protecção dos solos e é um precioso aliado na luta contra os incêndios, devido à sua fraca cobertura sub-arbustiva.
OBSERVAÇÕES:
Em termos ecológicos a cortiça apresenta uma importância muito grande, já que por um lado protege a árvore do fogo e por outro serve de abrigo a inúmeros animais, sobretudo insectos e plantas: musgos, líquenes e até algas microscópicas.
Para além da cortiça, os montados de sobro têm um grande valor económico: a glande, alimento do gado suíno, a madeira e a lenha, para queimar directamente ou fazer carvão, por fim, o entrecasco de onde se extraem os taninos.